Martin Lundstedt, CEO da Volvo, uniu as mãos à Daimler para ambos trabalharem na construção de camiões capazes de percorrer longas distâncias movidos apenas a hidrogénio. Segundo os cálculos das duas empresas, tudo indica que este tipo específico de combustível começa a ser produzido em massa em 2025.
Martin Daum, presidente da Daimler Truck, garantiu ao Financial Times que “embora os camiões movidos a combustíveis fósseis sejam os líderes das vendas nos próximos três a quatro anos, o hidrogénio vai entrar neste mercado com toda a força entre 2027 e 2030”.
A fabricante sueca pretende que os camiões movidos a hidrogénio constituam metade das suas vendas na Europa em 2030, um plano financeiro e climaticamente atrativo, dado que a empresa se comprometeu a atingir zero emissões até 2040.
Questionados sobre como fariam para que fossem construídas as infraestruturas necessárias como estradas, garagens e postos de abastecimento em massa para que estes camiões possam realmente “beijar a estrada”, os líderes das duas companhias anunciaram que, por um lado, pretendem construir 300 pontos de reabastecimento de hidrogénio no Velho Continente até 2025, meta que subirá para os 1.000 até 2030, mas que depois deixariam essa tarefa para outras empresas e governos.
“Este plano é muito semelhante à história da galinha e do ovo: nós tratámos da galinha, agora os outros que se responsabilizem pelo ovo”, brincou Lundstedt.
Quando confrontado com os preços elevados destes veículos e de que forma poderiam os consumidores e empresas agregar-se a este movimento, sem perder demasiado dinheiro, o CEO da Volvo mitigou a questão: “ acredito que, nos próximos 15 anos, os camiões movidos a hidrogénio se mantenham mais caros que os seus irmãos movidos a combustíveis tradicionais, mas isso vai desaparecer porque, e vamos ser francos, durante a vida útil destes veículos, os seus proprietários gastam três a quatro vezes mais combustível do que o preço de compra do camião em si”; e, “além disso, acredito que a UE apoiará os consumidores e empresas nesta matéria, através do Green Deal”.













