Católica Porto Business School: Apostar numa formação e ensino de excelência

A formação executiva tem a sua história intrinsecamente ligada às transformações da sociedade, incluindo as crises que sempre vão surgindo. Nesta entrevista à Executive Digest, Carlos Vieira, director executivo da formação executiva da Católica Porto Business School, explica os principais desafios dos formandos e das empresas para este ano.

A Católica Porto Business School – CPBS tem sido distinguida por várias entidades internacionais e é umas das pouquíssimas escolas de negócios com uma acreditação Triple Crown. O que têm significado estas distinções?
De facto, é com especial orgulho que afirmamos que a Católica Porto Business School faz parte de um grupo muito restrito de menos de 1,5% de escolas de negócios com três importantes distinções de acreditação, a chamada Triple Crown, atribuídas pela EQUIS (EFMD Quality Improvement System), pela AMBA (Association of MBAs) e pela AACSB (Association for Advance Collegiate Schools of Business). Além disso, destaco que a Universidade Católica Portuguesa foi reconhecida, pelo 4.º ano consecutivo, como a melhor universidade portuguesa pela Times Higher Education (THE World University Rankings, 2023). Todas estas distinções têm significado que estamos a fazer o que de melhor se faz a nível de Business Schools. No fundo atesta a excelência de toda a nossa actividade, a vários níveis: ensino, investigação, impacto na sociedade, desenvolvimento humano. Mas o maior significado é para quem escolhe a CPBS para estudar, ensinar, investigar. Porque sabem que estão a apostar numa formação e ensino de excelência.

A partir de agora, e tendo em conta o início de 2023, qual o ponto de situação e perspectivas para o futuro ao nível da formação de executivos?
A formação executiva tem a sua história intrinsecamente ligada às transformações da sociedade, incluindo as crises que sempre vão surgindo. Neste sentido, há uma correlação positiva entre a procura de formação quando os tempos são mais inseguros, procurando as pessoas capacitarem-se da melhor forma para superar toda a incerteza. Assim, estando 2023 a decorrer em ambiente geopolítico de muita incerteza, compete às escolas de negócios e à sua formação de executivos, dotar os seus alunos das ferramentas necessárias à sua superação, incluindo a antecipação de tendências e identificação de riscos e, principalmente, de oportunidades para as si, como indivíduos e membros de organizações.

Que áreas, que temas estão a ser mais procurados? Quais os temas em expansão, e de contração para este ano?
Os temas que estão em expansão passam pela Sustentabilidade, Supply Chain e Operações, Reestruturações de Empresas e Transformação tecnológica. Não identificamos nenhum tema específico em contração.

Que novidades gostariam de destacar para 2023, a nível empresarial e também individual?
No próximo ano lectivo, mantemos o nosso portefólio num processo de resposta às solicitações dos nossos stakeholders e pretendemos iniciar programas internacionais (dos quais destaco o Programa Atlântico, triplamente diplomado pela CPBS, PUC Rio e católica de Luanda), bem como formações na área do Agroalimentar, retalho Automóvel, Sustentabilidade e Transição Digital.

A oferta de cursos online pelas Business Schools de renome internacional, a preços competitivos, em formatos “on demand” está a crescer. Nesse sentido, quais são os grandes desafios para a vossa escola?
A opção da CPBS foi focar-se no ensino presencial, entendido como aquele que permite um desenvolvimento holístico dos seus alunos. Isto não impede que disponibilizemos modelos híbridos ou mesmo alguns cursos totalmente online. Entendemos que há diferentes objectivos a atingir quando se frequenta um curso totalmente online e um curso presencial, em que a relação humana com colegas, docentes e outros stakeholders é factor de sucesso.

Atendendo à disrupção na área de formação executiva, o que estão a fazer para continuarem relevantes?
Disrupção é o nosso “nome do meio”. Como já referi atrás, as escolas de formação de executivos navegam sempre em mares revoltosos e melhoram os seus resultados em situações de disrupção. É esse o nosso papel fundamental – antecipar, apoiar o planeamento, gerir (incluindo em situações de conflito ou crise), avaliar e corrigir.

Os Nanodegrees (microcertificações) ou programas de certificação de curto prazo podem ser uma mais valia na resposta à necessidade de actualização permanente dos formandos?
Sim. Pensamos que sim. São factores úteis à construção de um percurso de formação contínua de uma pessoa. No limite, permitir-lhe-á um desenvolvimento académico à medida. Da nossa parte, temos capacidade de avaliar as competências adquiridas por um candidato a um curso de formação executiva, creditando-as para prosseguimento de estudos. E ao mesmo tempo, estamos cada vez mais a modularizar as nossas ofertas, por forma a permitir, a quem o desejar, frequentar os módulos desejados (e não programas inteiros).

Como estão os MBA face aos outros programas de formação executiva? A ganhar ou a perder terreno? Qual a vossa expectativa?
A procura dos MBA parece-nos estar ao mesmo nível dos outros programas de formação executiva. Da nossa parte, que desenvolvemos um MBA Executivo, a procura tem subido, sendo certo que procedemos recentemente a um reforço da auscultação dos nossos alumni e de outros stakeholders e promovemos a alteração do programa, em função dos resultados obtidos.

Depois do “Quiet Quitting” temos o “Quiet Hiring”, que é quando uma organização adquire novas competências sem realmente contratar colaboradores. Qual a vossa opinião sobre esse assunto e qual o papel das escolas de negócio nesta nova tendência?
A possibilidade do Quiet Hiring passa, necessariamente, pelas escolas de negócios. Isto porque são elas que possibilitam aos alunos a obtenção de competências (hard ou soft) que permitem que a jornada do trabalhador seja cada vez mais possível dentro de uma organização. As pessoas procuram, cada vez mais, a conquista de novos conhecimentos que os realizem intelectual, pessoal e profissionalmente. E as organizações têm de ter a capacidade de reconhecer esse potencial e usá-lo para criar valor.

Este artigo faz parte do Caderno Especial “MBA, Pós-graduações & Formação de Executivos”, publicado na edição de Maio (n.º 206) da Executive Digest.

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