Continuemos a brincar ao Turismo…

Por Bernardo Corrêa de Barros, Presidente do Turismo de Cascais

A diplomacia falha, a saúde manda, a economia encolhe, os empresários minguam, o sol cada vez cai mais cedo e o verão está mais perto do seu fim, do que está do seu esplendor.

Avizinha-se o fim da época alta e o tão temido início da época baixa. Avizinha-se agora o fim das moratórias, em que o governo espera, repito espera, conseguir a flexibilidade e a boa vontade dos bancos para renegociações com as empresas. Os empresários têm novamente subsídios em novembro e o Natal… esse sim, é sempre em dezembro… ao menos uma certeza neste mundo sem coerência, numa desarticulação que fere, que agride, que despede, que leva a falências, que asfixia, que liga ao ventilador e que invariavelmente e seguindo o mesmo caminho… que mata.

Seguimos e continuamos a seguir as mesmas métricas do passado, seguindo os mesmos gráficos, olhando para os números como se em março de 2020 vivêssemos, como se estivéssemos presos a um passado que a ninguém importa lembrar, como se a pandemia não tivesse evoluído, não fizesse menos mortos, como se não tivesse menos internados e menos pessoas em UCI´s.

É tempo de libertar, de dar esperança a quem dela implora, de evoluir olhando para quem arrisca, pensado em que definha, sem naturalmente perder o olhar atento de quem cuida.

É tempo de cuidar dos nossos, de deixar trabalhar quem precisa, de deixar acreditar quem investe, de deixar usufruir quem há um ano e meio sonha… uma crise de saúde mental está patente, está vigente. Ela existe e vai piorar se nada for feito.

O nosso país não pode voltar ao passado, ao tempo dos Reis, em que banhos de mar aconteciam por prescrição médica nas águas de Cascais, acontece que, se nada for feito, o Turismo acontecerá, a breve trecho, também por prescrição médica, desta feita, não por questões relacionada com a falta de iodo, mas pela falta de saúde mental.

Um dos nossos principais mercados, o Brasil, foi agora bafejado pela sorte, por uns países oportunistas e loucos, permitindo a sua entrada sem restrições para pessoas imunizadas por 3 das 4 vacinas administradas naquele país. Estes países inconscientes, tidos como terceiro-mundistas por alguns, abriram… não vêm um risco acrescido… Mas Portugal, este País com uma balança económica equilibrada, muito à frente destes tais países menores, nenhuma decisão tomou… continuando fechado. Claro que a ironia é total, dado que falo da Suíça e da França.

Enquanto uns abrem, os outros fecham. De um lado, os incautos, destemidos, tontos, loucos até, ao olhar de muitos… do outro lado, os conservadores, qui ça senhores da ciência, Hiper- Mega sapientes, constantemente ligados a uma matriz que os loucos já não usam, que esses mesmos loucos consideram desatualizada, de outra época…

Pois que, no País dos conservadores Hiper Mega sapientes, no País dos tais senhores da ciência, o número de concelhos em risco elevado e muito elevado, representa já 41,7% do território nacional. Pois que, no país dos senhores da única matriz validada pela ciência, as medidas em vigor continuam a contemplar o recolher entre as 23h00 e as 05h00…

A novidade para todos os gestores, esses que todas as quintas-feiras estão colados ao pequeno ecrã, é que, imagine-se…. No nosso País “não são alteradas nenhumas regras e o que acontece é que a pandemia é controlada pela eficácia da matriz, pelo cumprimento das regras da matriz, e temos hoje 116 concelhos em risco elevado e muito elevado”, assim disse a Ministra Vieira da Silva.

Digo eu e penso que dizem todos os empresários… sabe Senhora Ministra… se é para não decidir e se a matriz manda no nosso País, bem que podemos nomear o meu filho de 7 anos para Ministro… penso que ele também consegue levantar a mão no Conselho de Ministros e acenar a cabeça, face à tal matriz que gere o nosso País.

Decidir é difícil, se fosse fácil, bastava o meu filho.

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