Mais de 80% dos empregos criados nos últimos dois anos são em setores pouco ou nada qualificados

Entre o primeiro trimestre de 2022 e o mesmo período de 2024, a economia portuguesa acrescentou 156 mil empregos ao total nacional, representando um aumento de 3%. No entanto, mais de 78% dessa criação líquida de emprego, o equivalente a 122 mil indivíduos, está concentrada em duas profissões caracterizadas por baixas qualificações e salários modestos.

De acordo com dados recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE), mais de 80% dos empregos criados nos últimos dois anos são em setores pouco ou nada qualificados, levantando questões sobre a sustentabilidade e a qualidade do crescimento económico, revela o ‘DN’.

Os setores de construção e “alojamento, restauração e similares” são os principais impulsionadores desse crescimento de empregos, respondendo por quase metade dos novos postos de trabalho desde 2022. Contudo, a predominância de empregos pouco qualificados sugere uma correlação com os desafios de produtividade e remuneração que a economia enfrenta.

Apesar desses sinais de recuperação, o mercado de trabalho começa a mostrar sinais de desaceleração, especialmente no que diz respeito ao desemprego. Embora a taxa de desemprego tenha diminuído em termos homólogos, os dados trimestrais indicam um aumento de quase 4%, atingindo 646 mil pessoas oficialmente desempregadas.