A vitória do Brexit

Por Nelson Pires, General Manager da Jaba Recordati

Dia 12 de abril, o Reino Unido atingiu a imunidade de grupo com 73.4% dos habitantes adultos calcinados pelo menos com a primeira toma contra a covid-19. Na Europa onde a compra e aprovação das vacinas e centralizada pela comissão europeia, esperemos que atinjamos este valor durante o verão. Com as severas consequências sociais, económicas que este atraso gera. Diria que foi a vitória do Brexit que permitiu agilidade, rapidez e efectividade das decisões que estão centralizadas. Apesar do Reino Unido englobar 4 estados, o primeiro ministro é comum e o seu poder não é partilhado pela Escócia, País de gales e Irlanda do Norte. Aliás permitiu também “canibalizar” as compras da vacina da Astra Zeneca (com sede no Reino Unido e na Suécia) que seriam para a UE. A falta de capacidade de reação, a falta de rapidez, a não partilha de interesses comuns entre os Estados, a falta de uma política comum de saúde, a presença de estados fortes e populosos; tudo isto faz com que o puzzle Europeu extinguiu-se com a vacinação. Inclusive com um estado Alemão a decidir adquirir a vacina russa mesmo sem está ter sido aprovada pela Agência Europeia do medicamento. 

O risco que corremos para além das mortes, da falência dos sistemas de saúde e a crise de saúde pública, é o risco dos cidadãos (nomeadamente dos grandes estados) culparem a Europa em lugar de responsabilizar os decisores Europeus. Dos movimentos anti-Europa e/ou extremistas recomeçarem a ganhar peso. O risco é da Europa começar a implodir! Acrescido pela catástrofe da política externa europeia com a tragédia de falta de autoridade verificada na Rússia ou na Turquia ou até na relação com a China. Ou o compasso de espera que 5 estados esperam para aderir a UE. Ou inclusive o pedido de apreciação constitucional do parlamento alemão ao PRR, ferramenta essencial de recuperação económica e social da Europa (mesmo depois de aprovado por Angela Metals). E a causa já não é Donald Trump mas sim a própria Europa. Ou criamos realmente uma Europa federada com regras e interesses genuinamente comuns, ou esta, como um dinossauro pré-histórico, tende a extinguir-se! Com todo os prejuízos que um estado como Portugal poderia sofrer … Esperemos que não!