Putin mobilizou o país para reforçar ofensiva na Ucrânia. Mas há quem consiga escapar

O Presidente russo ordenou esta semana uma mobilização parcial que tem como objetivo adicionar 300 mil soldados às forças que combatem na Ucrânia. Em várias regiões da Rússia, o anúncio foi recebido com protestos, que resultaram na detenção de centenas de pessoas por todo o país.

Apesar de o Kremlin de Vladimir Putin ter garantido que os estudantes universitários não estavam abrangidos pela medida, alguns relatos que circulam na imprensa internacional dão conta de que mesmos esses jovens estão a ser chamados para prestar serviço militar no país vizinho.

No entanto, o Ministério da Defesa russo informou, esta sexta-feira, que existem outras exceções à mobilização parcial, entre elas os profissionais que trabalhem nas “indústrias de alta tecnologia, bem como no sistema financeiro da Rússia”, cita a ‘BBC’.

Alguns observadores consideram que o texto do decreto da mobilização é bastante vago, permitindo ao Kremlin manter uma considerável margem de manobra caso entenda que é necessário alargar o espetro de militares a mobilizar.

A imprensa adianta que um dos parágrafos do texto é totalmente desconhecido do público, tendo o porta-voz do governo russo, Dmitry Peskov, explicado que se trata do número de pessoas que poderão vir a ser chamadas durante a mobilização, e que se trata de informação secreta.

Oficialmente, Putin procura mobilizar até 300 mil soldados, mas o jornal ‘Novaya Gazeta’, citando fontes anónimas do governo, sugere que o parágrafo confidencial poderá permitir a convocação de até um milhão de pessoas.

Outro periódico russo, o ‘Kommersant’, relata que, em algumas regiões da Rússia, soldados que tinham sido dispensados do serviço militar devido a problemas de saúde foram chamados pelas autoridades militares locais para voltarem a servir.

Não será de surpreender que Putin tenha aberto exceções à ordem de mobilização, considerando que o país continuará a precisar de manter à tona uma economia fragilizada pelas sanções aplicadas pelos países ocidentais. Além disso, o esforço de guerra exige uma contínua produção de equipamentos e armamento, pelo que se toda a população masculina adulta fosse mobilizada, ou mesmo uma porção significativa dessa fatia demográfica, causaria sérios danos à Rússia, algo que Putin, certamente, pretende evitar.

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