Protestos no Irão: Mais de 40 mortes e 1.200 detenções mas mulheres não desistem da luta

Depois da morte da jovem Mahsa Amini, no dia 17 de setembro, às mãos de agentes da chamada ‘polícia da moralidade’ do Irão, as mulheres tomaram as ruas para protestarem com décadas de opressão e de um regime que lhes diz como se devem vestir e agir.

As manifestações de descontentamento e até de fúria espalharam-se por todo o país, no que alguns observadores já consideram ser os maiores protestos dos últimos anos. Apesar de já terem morrido mais de 40 pessoas e de mais de 1.200 terem sido detidas pelas autoridades, as mulheres iranianas não dão sinais de recuo e continuam a retirar os ‘hijab’, o lenço de cabeça, e a mostra que estão fartas de serem controladas em todos os aspetos das suas vidas.

Durante os protestos, já várias mulheres retiraram e queimaram os seus ‘hijabs’ e algumas chegaram mesmo a cortar o cabelo, numa demonstração de desafio face às normas ditadas pela lei islâmica.

Para tentar reprimir as manifestações, o governo iraniano tem organizado contra-manifestações e com a interrupção dos serviços de internet, para conter os protestos ao Irão. Contudo, os Estados Unidos já deram permissão para que as empresas do setor tecnológico expandam as suas operações nesse país, numa manobra que Terrão já disse ser um obstáculo às negociações diplomáticas com Washington sobre o programa nuclear iraniano.

Esta segunda-feira, o Irão acusou os EUA de desrespeitarem a soberania do país e de procurarem alimentar a instabilidade no território.

Os protestantes, não só mulheres, mas também alguns homens, não se mostram dispostos a recuar perante as tentativas de repressão do governo, pelo que se devem esperar mais fatalidades à medida que os confrontos se tornam mais intensos.

A Amnistia Internacional (AI) denuncia que, pelo menos, quatro crianças foram mortas pelas forças de segurança do Estado iraniano desde o início dos protestos, revelando que se observam “disparos deliberados e ilegais de munições reais contra os protestantes”.

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