“Num instante destrói Paris”. Saiba tudo sobre o míssil Sarmat, testado pela Rússia

As Forças Armadas russas anunciaram ontem o primeiro disparo com sucesso do míssil balístico Sarmat, uma arma de nova geração com um elevado alcance e que o Presidente Vladimir Putin saudou como “sem equivalente”.

Mas em que consiste esta arma e qual o seu alcance? Em declarações à ‘CNN Portugal’, o coronel Mendes Dias, especialista militar, explicou que se trata de “um míssil intercontinental balístico. É um arma que tem praticamente 18 mil quilómetros de alcance, voa a mais de 20 mil quilómetros por hora”.

“Pode levar 10 a 16 ogivas e num instante destrói Paris, se levar toda a carga útil. Pesa praticamente 200 toneladas, tem 35 metros de comprimento e três metros de diâmetro”, acrescenta o responsável.

Mendes Dias sublinha que “é um míssil tipo veículo de reentrada, ou seja, leva várias ogivas, que podem ser independentemente orientadas antes da reentrada na atmosfera. Istro quer dizer que se levar 16 ogivas pode atingir 16 alvos independentes”, afirma adiantando que “pode atacar Paris e Washington com o mesmo míssil”.

“Este míssil é particularmente lançado num fio terrestre e, ainda mais, leva no interior das suas ogivas equipamentos que são lançados  para causar confusão nos sistemas antibalísticos, para os despistar”, refere acrescentando que “é passível de ser detetado, mas com muito maior dificuldade do que outro tipo de míssil e muitas vezes pode ser tarde demais”.

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) apelidou o Sarmat de “Satanás 2”. Putin falou sobre o míssil num discurso de 2018 ostentando os novos armamentos que tornariam as defesas da aliança “completamente inúteis”. Autoridades norte-americanas minimizaram a ameaça na altura.

Na quarta-feira, o Pentágono disse que o teste da Rússia de um novo míssil com capacidade nuclear não é visto como uma ameaça para os EUA e os seus aliados.

Moscovo “notificou adequadamente” Washington sobre o teste após as suas obrigações sob o tratado New START de 2011, que estabeleceu limites para as armas nucleares dos dois países, segundo o porta-voz do Departamento de Defesa dos EUA, John Kirby. “Os testes são rotineiros e não foi uma surpresa”, disse a jornalistas. “É claro que o departamento continua focado na agressão ilegal e não provocada da Rússia contra a Ucrânia.”, acrescentou.

Esta arma está incluída num conjunto de diversos mísseis apresentados em 2018 como “invencíveis” por Vladimir Putin. Entre o restante armamento, incluem-se designadamente os mísseis hipersónicos Kinjal e Avangard.

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