Furto de ampolas de morfina nas instalações do INEM em Lisboa sob investigação

Um inventário de rotina às viaturas estacionadas nas instalações do INEM, na base logística da Quinta do Lumiar, em Lisboa, revelou o furto de cerca de 10 ampolas de morfina.

O furto foi comunicado à direção do INEM no início desta semana, segundo a SIC Notícias, a quem fonte oficial “confirma que ocorreu um furto de material na Quinta do Lumiar”, e indica que “o incidente está sob investigação”.

O material em causa, explica o INEM, não estava nas ambulâncias de reserva que estavam na Quinta do Lumiar, de forma que “a operacionalidade destas viaturas nunca esteve em causa”.

As ampolas de morfina em causa rerão sido retiradas da Viatura de Intervenção em Catástrofe (VIC), que é usada em casos em que há várias vítimas, e que permite instalar um pequeno hospital de campanha, segundo o mesmo canal.

Não foi levado todo o ‘stock’ do analgésico, apenas 10 ampolas de 10 miligramas de morfina cada uma.

Recorde-se que, esta semana, foram reveladas as conclusões de uma auditoria interna ao INEM, que revelou falhas no armazenamento de medicamentos, alguns que o Instituto não garante estar dentro da validade.

A auditoria interna, efetuada entre os dias 23 de maio e 07 de junho e a que a Lusa teve acesso, concluiu também que o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) “não garante a utilização responsável e segura dos medicamentos pelos profissionais”.

Aponta ainda o facto de o INEM não avaliar periodicamente “o nível de qualidade e cumprimento dos registos clínicos”, uma situação que o Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH), contactado pela Lusa, considera preocupante.

“É muito mais grave do que o que nós sabíamos, porque uma boa parte nem sequer tínhamos, nem temos, forma de ter conhecimento”, disse à Lusa o presidente do STEPH, Rui Lázaro, sublinhando o facto de não estarem garantidas “as condições de segurança de dados tão sensíveis como a identificação e o estado clínico dos cidadãos”.

Entre outras conclusões, que incluem a falta de controlo de pragas, sobretudo num dos armazéns onde são guardados consumíveis e medicação para distribuição a nível nacional, os peritos apontam o dedo à forma como os medicamentos estão guardados em alguns locais.

No armazém dos medicamentos, “o frigorífico encontrava-se sobrelotado, não cumprindo as condições ideais de armazenamento, já que não garante a circulação do ar refrigerado a todos os medicamentos devido à falta de espaço entre medicamentos”, refere o relatório da auditoria.

*Com Lusa

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