Explicador: Sabe quanto custa, em impostos, aumentar os salários em Portugal?

Um aumento nos salários é sempre desejado por qualquer português, no entanto, a carga fiscal é uma constante dor de cabeça quer para os trabalhadores, quer para os empregadores.

Em Portugal, quase metade dos trabalhadores têm um salário base abaixo dos 1.000 euros, e cerca de um milhão de portugueses recebe o salário mínimo nacional.

Os custos que incidem sobre o trabalho em Portugal são altos, dos mais elevados da OCDE, e incidem sobre o salário bruto. Sobre este, o trabalhador paga Segurança Social (11%), IRS (variável), e sobre este salário bruto a empresa também paga 23,75% de Segurança Social, revela a ‘TVI’.

Mas este ano o IRS já desceu. Então, quanto custa em impostos um salário?

  • Por exemplo, num salário mínimo, bruto de 820 euros, sem contar com o subsídio de alimentação, a empresa tem de gastar por mês 1.015 euros, e o trabalhador recebe líquidos 730 euros. Ou seja, o peso da margem fiscal num salário mínimo é de 28%, isto porque o salário mínimo não paga IRS.
  • Já num salário médio, que se situa nos 1.143 euros brutos, sem subsídio de alimentação, prémios, entre outros, a empresa tem de gastar 1.414 euros por mês, o trabalhador recebe 907 euros e o Estado encaixa 507 euros, o que representa uma margem fiscal de 36%.
  • Já num salário mais elevado, de 2.300 euros brutos, sem substídio de alimentação, a empresa gasta por mês 2.830 euros, o trabalhador recebe 1.580 euros, o Estado recebe 1.246 euros, o que representa uma margem fiscal de 44%.

Um cálculo da Associação Business Roundtable Portugal demonstra ainda a diferença entre um salário bruto de 2.000 euros na Holanda e em Portugal.

  • Na Holanda, a empresa teria um custo anual de 31,5 mil euros, e o trabalhador vai receber 24,4 mil euros.
  • Em Portugal, a empresa vai gastar 34,7 mil euros por ano, e o trabalhador recebe 19,1 mil euros.

A diferença são 8.300 euros, uma diferença que vai para o Estado.

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