Da curgete ao carapau, passando pelos cereais: Estes são os 10 produtos que ficaram mais caros na última semana

Uma análise da DECO Proteste aos valores praticados revela que o preço do cabaz de bens alimentares essenciais “custa esta semana 207,80 euros, mais 24,17 euros do que custava a 23 de fevereiro”, mas menos 1,21 euros do que na semana passada.

Entre 23 de fevereiro e 21 de setembro, a carne registou um aumento de 17,82% (mais 5,75 euros), sendo que uma costeleta de porco custa hoje mais 25%, ou seja, sofreu aumento de 1,11 euros.

Quanto ao peixe, a associação de defesa do consumidor indica que está atualmente 14,97% mais caro do que antes da guerra da Rússia contra a Ucrânia, custando mais 9,03 euros.

A associação de defesa do consumidor tem monitorizado todas as semanas os preços de um cabaz de 63 produtos alimentares essenciais que inclui bens como peru, frango, pescada, carapau, cebola, batata, cenoura, banana, maçã, laranja, arroz, esparguete, açúcar, fiambre, leite, queijo e manteiga.

Esta semana, no período compreendido entre 14 e 21 de setembro, os dez produtos com maiores subidas de preço foram a curgete (mais 10%), a massa espiral (mais 8%), os cereais (mais 7%), a dourada (mais 6%), o queijo flamengo (mais 5%), a bolacha Maria (mais 5%), a laranja (mais 5%), a farinha para bolos (mais 5%), a polpa de tomate (mais 5%) e o carapau (mais 4%).

Olhando para o período desde 23 de fevereiro deste ano, a DECO Proteste revela que todas as categorias de produtos alimentares registaram subidas de preços, sendo que carne (mais 17,82%) e o peixe (mais 14,97%) são as que mais se destacam. No entanto, também de observam aumentos na fruta e nos legumes (mais 14,65%), em produtos de mercearia (mais 10,23%), nos laticínios (mais 11,15%) e nos alimentos congelados (mais 2,48%).

Adicionalmente, os dez produtos que mais viram o seu preço aumentar entre 23 de fevereiro e 21 de setembro foram os brócolos (mais 55%), a couve-coração (mais 49%), o frango inteiro (mais 33%), a pescada fresca (mais 30%), a farinha para bolos (mais 30%), o bife de peru (mais 28%), a bolacha Maria (mais 27%), a costeleta de porco (mais 25%), o óleo alimentar 100% vegetal (mais 24%) e a polpa de tomate (mais 23%).

Este aumento explica-se pelo facto de Portugal estar “altamente dependente dos mercados externos para garantir o abastecimento dos cereais necessários ao consumo interno”, que atualmente “representam apenas 3,5% da produção agrícola nacional, sobretudo milho (56%), trigo (19%) e arroz (16 por cento)”.

“E se no início da década de 90 a autossuficiência em cereais rondava os 50%, atualmente, o valor não ultrapassa os 19,4%, uma das percentagens mais baixas do mundo e que obriga o País a importar cerca de 80% dos cereais que consome”, aponta a DECO.

O organismo esclarece que “invasão da Rússia à Ucrânia, de onde provém grande parte dos cereais consumidos na União Europeia, e em Portugal, veio, por isso, pressionar ainda mais um setor há meses a braços com as consequências de uma pandemia e de uma seca com forte impacto na produção e na criação de stocks”.

“A limitação da oferta de matérias-primas e o aumento dos custos de produção, nomeadamente da energia, necessária à produção agroalimentar, podem, por isso, estar a refletir-se num incremento dos preços nos mercados internacionais e, consequentemente, nos preços ao consumidor”, sublinha.

Para além disso, aponta “os consecutivos aumentos dos preços ao consumidor, nomeadamente em produtos como os combustíveis e a alimentação, estão a contribuir para um aumento da taxa de inflação”.

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