Brasil quer “um avanço” no projeto de tornar português língua oficial da ONU

O Brasil quer “um avanço” no projeto de tornar o português língua oficial das Nações Unidas, disse o Ministro das Relações Exteriores, um assunto a abordar com o homólogo português no encontro de hoje em Lisboa.

O chefe da diplomacia brasileira, que se deslocou a Lisboa para participar, nesta quinta-feira, nas comemorações do 50.º aniversário do 25 de Abril, em representação do Presidente do Brasil, Lula da Silva, terá hoje, ao final da manhã, o primeiro encontro presencial com o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Paulo Rangel, com quem já conversou por telefone duas vezes, depois da tomada de posse do Governo português.

“Falámos por telefone logo no início, depois de ter sido nomeado e ter assumido a função, para cumprimentá-lo e para trocamos ideias sobre a relação bilateral que é importante para os dois países. Tocámos alguns temas”, referiu o ministro brasileiro numa entrevista à Lusa, em Lisboa.

Os temas foram desde o comércio bilateral à história e cultura, à herança brasileira de Portugal e até “ao papel que Portugal desempenha na União Europeia, que para o Brasil é muito importante”, relatou.

Agora, no encontro presencial, Mauro Vieira refere que além do projeto de levar o português a ser língua oficial da ONU, irá falar com o seu homólogo sobre toda a cooperação económica entre Portugal e o Brasil, nomeadamente o comércio bilateral entre os dois países.

“Um dos temas que é muito caro ao Presidente Lula é a língua portuguesa”, destacou. E acrescentou: “Ele [Lula das Silva] insiste que muito que gostaria de ter o português como língua oficial das Nações Unidas”.

Segundo o ministro, o projeto do português como língua oficial das Nações Unidas é um tema que o Governo brasileiro considera “seriamente”. E “gostaríamos de ver um avanço”, concluiu.

Já que “é um tema de longo prazo, porque, inclusive, e não é algo que se possa decidir diretamente nas Nações Unidas. Isso tem impacto orçamental das Nações Unidas”, afirmou.

Quanto às expectativas sobre o encontro de hoje com Paulo Rangel, o ministro acha que “vai ser muito bom” para “estabelecer o diálogo fluido, sincero, aberto”, como diz que teve com o Governo anterior.

Na agenda vai estar também “a preparação da próxima cimeira” bilateral, que deverá realizar-se “em algum momento, esse ano ainda”, sendo que é preciso acertar a data de acordo com o calendário político dos dois países, adiantou.

Sobre os temas ou dossiês prioritários para a cimeira, Mauro Vieira não adiantou pormenores.

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