Auditoria revela situações de alto risco financeiro na internacionalização da Santa Casa

Uma auditoria realizada pela BDO à Santa Casa Global, empresa envolvida nos esforços de internacionalização da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, revelou pelo menos 21 situações de alto risco jurídico e administrativo. Encomendada por Ana Jorge, que foi posteriormente exonerada pelo Governo atual, esta auditoria desencadeou uma disputa entre Ana Jorge e o antigo provedor, Edmundo Martinho.

De acordo com fontes da SIC que tiveram acesso ao relatório de 411 páginas, há aproximadamente 90 discrepâncias documentadas ao longo de 62 páginas. Entre as páginas sete e 43, pelo menos 21 situações foram marcadas como de alto risco, incluindo a falta de disponibilização de atas e documentos de representação.

A falta de atas de reuniões e documentos de representação levanta preocupações sobre a validade dos negócios jurídicos realizados pela Santa Casa Global. A auditoria destaca ainda problemas como falta de due diligence, deliberações não assinadas e falta de autorização da tutela para investimentos realizados.

Em particular, a auditoria destaca a falta de poderes para assinar contratos e a ausência de due diligence na constituição de entidades como a SCG Moçambique. Esses problemas levantam questões sobre a gestão da administração anterior e a eficácia dos processos de internacionalização.