Assédio sexual a menor não conta se durar menos de 10 segundos, decidem juízes italianos

Se por estes dias se deparar nas redes sociais com imagens de jovens a apalparem-se enquanto olham para a câmara durante 10 segundos, não estranhe: trata-se de um movimento de revolta contra juízes italiano que decidiram que o assédio sexual, se for durante menos de 10 segundo, não é crime.

O caso, que está a gerar grande revolta em Itália, envolve uma menor, de 17 anos, que num liceu em Roma, quando ia a subir escadas, foi apalpada por dentro das calças por um porteiro, Antonio Avola.

O caso aconteceu em 2022, e o homem baixou ligeiramente as calças da jovem, colocando as mãos nas nádegas destas e mexendo-lhe na roupa interior. Em choque, a vítima virou-se e viu o agressor a dizer-lhe “Sabes que estava a brincar, não sabes?’.

Foi feita queixa na polícia e Avola admitiu ter apalpado a jovem sem consentimento, mas disse que tudo não passou de uma piada. O procurador a cargo do caso pediu uma condenação de três anos e meio, mas o homem acabou por ser absolvido e com os juízes a considerarem que o que aconteceu “não constitui um crime” por ter durado menos de 10 segundos.

Desde a decisão, o termo ‘palpada breve’ (apalpão breve) tornou-se viram no Instagram e TikTok em Itália, com vários jovens e figuras públicas a mostrarem-se em silêncio, durante 10 segundo, a tocarem as partes íntimas.

Os vídeos têm como objetivo alertar para quanto tempo 10 segundo podem na realidade ser, quando se está perante algo que causa grande desconforto.

Celebridades como o ator Paolo Camilli, a influencer Chiara Ferragni ou o TikToker Francesco Cicconetti participaram no movimento.

“Quem é que decide que 10 segundos não é muito tempo? Quem conta os segundos enquanto está a ser assediado? Os homens não têm direito a tocar nos corpos das mulheres, nem por um segundo, quando mais cinco ou 10”, sustentam.

“Os juízes dizem que ele estava a brincar? Isto para mim não foi uma brincadeira. Começo a pensar que estava errada ao confiar nas instituições. Isto não é justiça”, lamentou a vítima em declarações ao Corriere della Sera.

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