Elevador da Glória: acesso ao espaço de controlo do ascensor é livre e está sem segurança

Zona era acedida pelos técnicos da empresa responsável pela manutenção contratada pela Carris

Revista de Imprensa
Setembro 11, 2025
11:54

O espaço subterrâneo onde é feito o controlo do Elevador da Glória está sempre aberto, revelou esta quinta-feira o ‘Correio da Manhã’: basta levantar a tampa de ferro e entrar no compartimento técnico, onde estão o volante de inversão do cabo e os dispositivos de segurança. De acordo com o jornal diário, qualquer pessoa “poderia vandalizar o mecanismo e sair sem ser detetada” – já nos restantes elevadores lisboetas há proteção de cadeados ou outros métodos de segurança.

A falta de segurança abre espaço a possíveis sabotagens ou atos de vandalismo, uma hipótese não descartada na investigação: o túnel em questão não tem qualquer vigilância, pelo que é possível entrar e permanecer horas sem ser detetado, sobretudo à noite. O segurança apenas fica entre as 8 e as 20 horas.

A zona era acedida pelos técnicos da empresa responsável pela manutenção contratada pela Carris.

Recorde-se que a empresa da manutenção responsável pelo Elevador da Glória teve, durante uma década, uma sede num parque tecnológico, o Madan Parque, no Monte da Caparica, onde nunca funcionou, revelou esta quarta-feira o jornal ‘Público’. Do parque tecnológico ligado à Universidade Nova de Lisboa – que ainda hoje recebe correspondência da empresa – foi garantido que nunca teve qualquer contrato com a MNTC (ou Main) nem com a Geratriz, ambas com o mesmo dono.

Nos dois primeiros contratos de manutenção dos elevadores históricos de Lisboa, assinados com a Carris em 2019 e 2022, a morada que surge é a do Madan Parque, na Rua dos Inventores, onde a MNTC nunca teve sede – apenas no contrato mais recente, dos últimos dias, é que surgiu a morada da atual sede, onde as duas empresas têm realmente instalações. Para Alcino Pascoal, assessor da administração do parque tecnológico, as duas empresas usaram a morada do parque tecnológica “à revelia” do mesmo, o que considerou “uma utilização abusiva” das duas sociedades.

Durante mais de uma década, as duas empresas funcionaram num edifício no parque tecnológico. No entanto, apenas a Geratriz teve, em 2010, um “acordo de cedência de espaço” no Edifício 6. “Em 2023, a faculdade necessitou do espaço para as suas atividades de investigação, pelo que todas as 12 empresas que aí estavam, entre as quais a Geratriz, Lda., tiveram de abandonar o edifício”, apontou a instituição. “A empresa MNTC – Serviços Técnicos de Engenharia, Lda. nunca teve qualquer relação com a universidade nem com a UNINOVA.”

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