Compromisso de longo prazo

Há mais de 60 anos em moçambique – país que tem uma posição privilegiada na região austral de áfrica –, a galp está presente nos negócios da distribuição e da exploração & produção27

Galp é um caso único no sector energético em Moçambique. É a única empresa que está presente, em simultâneo, nos negócios da Distribuição (Downstream) e da Exploração & Produção (Upstream). Além disso, tem uma relação muito forte com Moçambique e com toda esta região visto que está no país desde 1957 na área de Distribuição e iniciou em 2007 a actividade no segmento de Exploração & Produção, com um projecto no Coral Sul. Ou seja, está há mais de 60 anos neste país. «No final do prazo de concessão do consórcio em que estamos no Coral Sul a Galp terá cerca de um século de presença em Moçambique», lembra, em entrevista, Paulo Varela, CEO da Galp em Moçambique.

Qual o portefólio de produtos, serviços e soluções da Galp em Moçambique na área do retalho?

A actividade da empresa na área de retalho e distribuição em Moçambique inclui a construção e exploração de postos de abastecimento, o segmento empresas (B2B), bancas marítimas, GPL e Lubrificantes. Temos actualmente 60 postos de abastecimento e dois parques logísticos, estando em fase de construção dois terminais logísticos para recepção, armazenagem e expedição de combustíveis e GPL, em Matola e Beira. A área do downstream, ou seja, da importação, armazenagem, distribuição e comercialização de produtos petrolíferos – incluindo o gás engarrafado – é aquela em que actuamos há mais tempo em Moçambique.

Que importância tem este mercado, pelos seus recursos e localização, para a operação global da Galp?

Moçambique possui uma localização geográfica privilegiada no seio da região Austral de África, sendo incontornável nas principais rotas de abastecimento aos países vizinhos, nomeadamente África do Sul, Zimbawe, Malawi, Zâmbia, Eswatini e zona sul do Congo.Todo o investimento no desenvolvimento das infra-estruturas em Moçambique será útil, desde logo, para contribuir para o desenvolvimento económico do País, mas terá também um papel critico no desenvolvimento de toda a região. Considerando os grandes recursos energéticos, e não só, de toda esta região, acreditamos que as próximas décadas assistirão a um grande desenvolvimento demográfico e económico de toda a SADC (Comunidade dos Países da África Austral). Por isso, os fortes investimentos que a Galp projecta para Moçambique vão permitir a consolidação da nossa marca como um dos protagonistas principais no sector da energia, no país e na região.

De que forma a Galp tem impulsionado a economia de Moçambique?

O investimento em infraestruturas é essencial para o futuro desenvolvimento não apenas da Galp, mas sobretudo de Moçambique. E a Galp está a contribuir de forma activa e muito clara para esse investimento. Temos um plano de expansão que passa, entre outras iniciativas, pela construção, no âmbito de uma parceria, de duas novas bases logísticas para recepção, armazenagem e expedição de combustíveis líquidos e de GPL nas cidades da Matola e da Beira. A empresa passará desta forma a contar com quatro bases logísticas no país. Com estes investimentos, a Galp reforça a sua capacidade logística na importação, armazenagem e distribuição de combustíveis, aumentando a sua competitividade no mercado nacional, alargando também a sua área de influência para os países vizinhos (África do Sul, Eswatini, Zimbabwe, etc), pois estará também em condições de abastecer estes mercados.

Que investimentos estão, actualmente, em curso para reforçar a posição da Galp no mercado de distribuição em Moçambique?

Relativamente aos postos de combustível – são essenciais ao desenvolvimento económico no país –, com a chegada recente a Lichinga, a Galp alargou a sua rede de distribuição a todas as províncias do país. Isto ocorreu na sequência de um plano de investimento em curso e que prevê que entre 2016 e 2020 a empresa duplique a sua presença em Moçambique. No final de 2020 contamos ter um total superior a 70 postos de abastecimento. Ao todo, durante o período referido, serão investidoscerca de 150 milhões dólares na expansão da logística e da rede de retalho da Galp em Moçambique.

Que expectativas têm em relação à evolução do mercado moçambicano de combustíveis?

A rede de postos de abastecimento tem crescido de forma significativa nos últimos anos, apesar de o consumo global de combustíveis estar a crescer menos do que no passado, devido às dificuldades económicas que Moçambique tem atravessado. É previsível, todavia, que o crescimento económico acelere significativamente nos próximos anos pelo que o aumento da procura de energia pelas empresas e pelos particulares vai acompanhar esse crescimento. Como lhe disse, desde o ano passado estamos em todas as províncias de Moçambique através dos nossos postos de combustíveis e somos um dos maiores investidores neste mercado. Ainda assim, considerando a vastidão do território nacional, existem algumas regiões do país com cobertura insuficiente. É muito importante um desenvolvimento harmonioso da rede de postos de abastecimento, para garantir cobertura uniforme de todo o território, evitando situações de excessiva concentração de postos de abastecimento, algumas vezes incumprindo até a legislação que regula esta matéria e pondo inclusivamente em causa a segurança das populações.

Quais os grande objectivos da Galp em Moçambique?

O nosso compromisso com Moçambique é de longo prazo. Nesse sentido, pretendemos ampliar as nossas operações e ter uma cobertura integral do território nacional com a nossa rede e queremos assegurar a sua fiabilidade, por isso estamos igualmente a investir muito em logística, não só na região da capital – na Matola – mas também na Beira, investimentos estes em parceria com outras entidades. Temos, obviamente, expectativas de que estes investimentos, a prazo, se reflictam sobretudo numa maior eficiência das operações e suportem o aumento das nossas vendas, ajudando a criação de valor adicional para o grupo e para o país. Em 2017 o volume de negócios da área de distribuição e do retalho da Galp em Moçambique representou 128 milhões de euros, tendo em 2018 alcançado a cifra de 163 milhões de euros. Esperamos em 2019 e nos anos seguintes manter o forte ritmo de crescimento.

E que investimento está a ser feito nas pessoas em Moçambique?

A Galp tem um histórico muito forte na valorização do capital humano em todas as suas geografias. Em Moçambique não é diferente: apostamos na formação contínua dos nossos quadros moçambicanos e partilhamos as melhores práticas e know-how para capacitar o país para o futuro O investimento da empresa nos próximos anos contribuirá para a criação de novos postos de trabalho directos, quer na fase de construção, quer na fase de exploração. Neste país, a Galp gera actualmente 120 postos de trabalho directos e cerca de 2000 indirectos, e prevemos que este número venha a crescer de forma sustentada nos próximos anos. No final de 2020 o universo de pessoas a trabalhar apenas na área de retalho da empresa será superior a 2600 colaboradores. A Galp faz parte de Moçambique e quer adicionar valor sustentado ao país. A Galp tem um compromisso profundo com Moçambique e, principalmente, com os moçambicanos. Também por isso estamos, através da Fundação Galp, a adaptar para a realidade local de Moçambique os nossos projectos educativos, um dos eixos da nossa política de responsabilidade social. A educação, a promoção do talento e a meritocracia são causas que abraçamos e tornámos estratégicas no nosso contributo para a sociedade. Tal como os nossos projectos no terreno são para o longo prazo, também aqui procuramos investir nas novas gerações, nas crianças, pois o futuro pertence-lhes.

Nesse plano, o que mais tem sido feito em concreto?

As actividades económicas da Galp em Moçambique têm sido acompanhadas pelo desenvolvimento de políticas de cariz social e com impacto na comunidade moçambicana. O projecto de instalação de centrais fotovoltaicas para levar energia eléctrica a quatro comunidades rurais de Moçambique, financiado pela Galp e desenvolvido em parceria com o FUNAE (Fundo Nacional de Electrificação Rural), ou a associação à Girl MOVE Academy para criar mais oportunidades às mulheres moçambicanas, são exemplos concretos do forte envolvimento com as comunidades locais. E a reacção a situações de emergência social tem sido outro grande vector de actuação da Galp e da Fundação neste país, como ficou bem patente no trabalho que desenvolvemos na reação ao ciclone Idai.

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