Galp: A caminho da nova era da energia sustentável

A Galp acredita que a mudança para um novo paradigma energético não pode ser bem-sucedida sem uma estratégia de transição justa.

Vivemos tempos de mudança acelerada e de disrupção no sector energético. Não é um novo ciclo, é uma nova era, e sabemos que só podemos vencer este desafio com um mindset de inovação, capacidade de adaptação ao novo e mente aberta. Toda a indústria energética, a nível global, terá de abraçar uma profunda transformação para alcançar os objectivos traçados pelo Acordo de Paris. Essa preocupação existe e tem um impacto já muito concreto nas estratégias que estão a ser implementadas pela Galp. A empresa está a materializar os seus compromissos de descarbonização através da integração da transição energética em todos os seus segmentos de negócio. Este é um movimento que permite alinhar o seu portefólio com a visão de neutralidade carbónica na Europa e que levou já a empresa a assumir o objetivo de reduzir a intensidade das suas actividades rumo a um futuro mais verde.
«O nosso plano até 2025 assume que a maior parte dos nossos investimentos líquidos serão em actividades de baixo carbono, acelerando desta forma a descarbonização dos nossos activos industriais e continuando a desenvolver o nosso negócio nas energias renováveis. A estratégia da Galp assenta numa visão de longo prazo e acreditamos que as nossas perspectivas rumo a um futuro mais verde, deverão considerar as preocupações sociais e regulatórias crescentes sobre segurança e acessibilidade energética, a electrificação mundial, incluindo a mobilidade elétrica e a geração descentralizada, onde as energias renováveis são essenciais e um interesse crescente por tecnologias de hidrogénio e outros combustíveis de baixo carbono», explica fonte da Galp em declarações à Executive Digest.
A transição energética, como a própria palavra sugere, significa que irá existir uma disrupção do modelo de negócio existente, levando à necessidade de grandes mudanças a nível tecnológico, redefinição ou substituição de infraestruturas existentes e necessidade de nos adaptarmos às preferências tão diversificadas dos consumidores, bem como à crescente pressão regulatória europeia à qual temos de responder. «Na Galp acreditamos que a transição energética não pode ser bem-sucedida sem uma estratégia de transição justa. Nesse sentido ambicionamos simultaneamente fornecer energia o mais limpa possível a preços acessíveis, garantindo o fornecimento e segurança energética aos consumidores e geografias onde operamos», acrescenta o responsável.
Contudo, e apesar de todos estes desafios, a Galp tem vindo a desempenhar um papel activo nesta transição, através da diversificação do mix energético, investindo na produção de energias renováveis e integrando soluções de baixa intensidade carbónica que possam satisfazer as necessidades de todo o tipo de clientes, nomeadamente: Transporte terrestre – mobilidade eléctrica através da Galp Electric com a sua rede de > 2000 pontos de carregamento, e biocombustíveis); Transporte marítimo – biodiesel, com o fornecimento deste combustível a 3 navios da Douro Azul Transporte aéreo – em 2022 a Galp forneceu Sustainable Aviation Fuels (SAFs) à TAP para o primeiro voo usando este tipo combustíveis que, no futuro, irão permitir reduzir as emissões deste sector.
Simultaneamente, a empresa vai também aumentar a produção de energia de baixa intensidade carbónica através de investimentos importantes em electricidade renovável de forma a materializar o portefólio actual de c. 9 GW de projectos de energia solar e eólica.
Estes investimentos serão complementados por outros, aprovados no final de setembro, para a produção de biocombustíveis, nomeadamente numa unidade de HVO com a capacidade de 270 ktpa com a capacidade de produzir tanto biodiesel como SAFs.
Na mesma data, foi igualmente aprovado o investimento significativo num eletrolisador de 100 MW, que irá marcar o início da produção industrial de hidrogénio verde no nosso país, permitindo iniciar o processo de descarbonização da produção de combustíveis para todos os meios de transporte.
Os dois projetos – HVO e unidade de eletrólise de 100 MW – representam um investimento direto de € 650 milhões na transição energética.
A Galp, em parceria com a Northvolt, encontra-se também a investir na cadeia de valor das baterias de lítio, peça essencial na electrificação e descarbonização do transporte terrestre. A joint- -venture Aurora espera construir uma unidade de processamento de lítio capaz de produzir anualmente 35kton de hidróxido de Lítio que poderá ser usado na produção de 50GWh de baterias por ano, o suficiente para fornecer cerca de 700000 veículos eléctricos ligeiros por ano.

ESTRATÉGIA
A estratégia de descarbonização da Galp é ambiciosa e visa reduzir as emissões das suas operações (âmbitos 1+2) em 40% em relação a 2017 e também a redução da intensidade carbónica da energia que produz também em 40% e da energia vendida em 20% em relação ao mesmo ano base, até 2030. As emissões de âmbito 1 serão reduzidas principalmente através do acréscimo da eficiência das instalações industriais da empresa e do aumento da integração de energia renovável nas operações, com destaque para a integração de hidrogénio verde nos processos da refinaria de Sines, que irá substituir o hidrogénio produzido a partir de gás natural e contribuir para a descarbonização e redução de emissões nesta instalação e dos combustíveis aí produzidos.
A energia produzida pela Galp verá a sua intensidade carbónica diminuir à medida que a empresa implementa a sua estratégia de crescimento e integração de renováveis, através do desenvolvimento de uma plataforma competitiva para apoiar uma maior integração ao longo da cadeia de valor da electricidade renovável, resultando num aumento da produção de electricidade verde, essencial para a electrificação e descarbonização da economia. Adicionalmente, a empresa vai continuar a sua transformação industrial implementando novos projectos que vão desenvolver soluções de energia renovável como e a produção de hidrogénio verde e biocombustíveis (HVO) que serão essenciais para apoiar a transição energética e criar valor a longo prazo.
Já a energia vendida pela Galp irá reduzir a sua intensidade carbónica à medida que a empresa diversifica o seu portefólio de produtos energéticos, integrando soluções de baixa intensidade carbónica para todos os meios de transporte, incluindo transportes terrestres (mobilidade eléctrica, biocombustíveis, etc.), aviação (SAFs) e marítimo (biocombustíveis) assim como para uso doméstico e industrial (electricidade renovável e outros combustíveis de baixa intensidade carbónica).
Deste modo, a Galp apresenta um Modelo de Gestão Ambiental robusto, assente na Política de Ambiente, Qualidade e Segurança e no seu Sistema Integrado de Gestão. O modelo de Gestão Ambiental define os princípios e as directrizes ambientais a seguir em toda a cadeia de valor da Organização, desde a fase de planeamento, execução, verificação até à monitorização e numa perspetiva de melhoria continua. Em 2022, a Galp actualizou também o seu Roadmap de Sustentabilidade. Esta nova abordagem foca-se em cinco fundações que visam apoiar todas as unidades de negócio na geração de impacto positivo. Cada fundação orienta prioridades e ambições económicas de longo prazo, abrangendo tópicos ambientais, sociais e de governance.

COMPROMISSO E DESCARBONIZAÇÃO
Para 2024, a Galp pretende avançar com a execução da sua estratégia de transição e descarbonização e com a continuação da transformação do seu portefólio de produção e venda de energia, reduzindo a sua intensidade carbónica e as suas emissões operacionais até 2030 de acordo com a ambição definida em 2021 e direção estratégica da empresa. Esta transição não se faz de um dia para outro e conforme já referido exige a transformação do modelo de negócio, das infraestruturas e a contínua análise e desenvolvimento de novas soluções energéticas.
«A Galp quer posicionar-se como um parceiro estratégico na jornada de descarbonização dos seus clientes e como tal disponibiliza actualmente energia renovável para usos industrial e doméstico e combustíveis de baixa intensidade carbónica para todos os modos de transporte e também soluções de produção descentralizada e armazenamento de energia renovável. A empresa espera no futuro continuar a aumentar o seu portefólio de produtos de baixa intensidade carbónica à medida que as tecnologias e mercados evoluem, de forma a poder apoiar a descarbonização dos seus clientes da maneira mais fiável, económica e eficiente possível», sublinha fonte oficial da empresa.
A descarbonização da Galp e dos seus clientes acontecerá em simultâneo, à medida que a empresa descarboniza a energia que produz e vende, mudando de um perfil maioritariamente fóssil para um renovável. Essa descarbonização já começou e vai continuar enquanto a empresa implementa a sua estratégia de transição, materializada pelos projectos de electricidade renovável, hidrogénio verde e biocombustíveis já anunciados.
Para além disso, importa realçar que as actividades da Galp têm um impacto significativo ao longo da cadeia de valor, nomeadamente através da geração de milhares de empregos directos e indirectos em diversos países e no desenvolvimento económico dos parceiros e fornecedores. Este impacto implica um vasto leque de preocupações económicas, sociais e ambientais, especialmente no contexto da transição energética, onde a cadeia de abastecimento também está a mudar.
«Neste sentido procuramos desenvolver relações com os nossos parceiros de negócio que estejam assentes em políticas, códigos e práticas reconhecidas, alinhados com os mais elevados padrões éticos, sociais, ambientais e de qualidade. Para além de incluir cláusulas de critérios de sustentabilidade nos seus contratos de compra, a Galp tem também processos em vigor para avaliar e gerir os riscos de ESG da cadeia de abastecimento.
Na nossa Política de Procurement somos claros quanto aos princípios que ambicionamos que nos fornecedores adoptem, respeitem e apliquem na sua própria cadeia de abastecimento, são eles: Respeitar os direitos humanos e as condições laborais; Actuar com transparência e integridade; Assumir a qualidade como um factor crítico de sucesso; e Proteger o ambiente, as pessoas e os bens», conclui fonte oficial da empresa.

Este artigo faz parte do Caderno Especial “Redução da Pegada Ambiental”, publicado na edição de Outubro (n.º 211) da Executive Digest.






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