Ataque informático deixa o leste dos EUA sem combustível

Um ataque informático com ransomware, alegadamente realizado pelo grupo ransomware DarkSide contra a Colonial Pipeline Company, obrigou a empresa que gere 45% dos abastecimentos de combustível do leste dos EUA, a suspender 8.850 quilómetros de oleoduto entre o Texas e Nova Jérsia.

A DarkSide nega no entanto o dolo: “o nosso objetivo é ganhar dinheiro e nunca criar problemas para a sociedade. Os nossos parceiros utilizaram esta tecnologia para evitar consequências sociais no futuro”, defenderam os hackers num comunicado publicado hoje.

Em resposta, a empresa colocou todos os sistemas em offline e interrompeu temporariamente todas as operações no oleoduto.

Questionado pelo site de segurança informática Register, qual seria a data em que o sistema informático da empresa voltaria ao normal? A Pipeline apenas garantiu que está a “trabalhar ativamente para restaurar todas as operações tecnológicas”, mas não quis avançar com uma data.

O já apelidado pela imprensa internacional como o “mais bem sucedido ataque cibernético contra uma estrutura norte-americana”, é mais uma das muitas ofensivas informáticas que têm aumentado desde o ano passado contra organizações fundamentais no funcionamento da sociedade americana.

Face ao sucedido, a administração Biden declarou emergência regional, de forma a garantir o transporte rodoviário dos combustíveis.

A empresa de segurança informática Emsisoft publicou em dezembro um relatório, onde concluiu que governos regionais, complexos saúde, escolas e outras estruturas da administração pública e privada dos EUA foram atingidas por mais de 23.600 ataques utilizando ransomware em 2020.

Estes ataques são por norma sucedidos de pedidos de resgate, sob pena de, em caso de não pagamento, os dados roubados serem vendidos na dark web. Segundo a Emsisoft, o valor pago pelas vítimas em dez países durante o ano passado bateu um total de 2, 1 mil milhões de euros. Em média, as organizações pagaram cerca de 30 mil euros por resgate.

Esta notícia surge na mesma altura, em que devido à escassez registada em várias matérias-primas, entre elas os combustíveis ,se regista um aumento de 4,2% nos preços da gasolina, o maior desde há três anos, de acordo com a Bloomberg.

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