Lucro da EDP recua 8% para 422 milhões até setembro
A EDP totalizou 422 milhões de euros de lucro até setembro, menos 8% do que no período homólogo, impactado pela menor procura de eletricidade e pelos preços mais baixos, foi hoje comunicado ao mercado.
“Nos nove meses de 2020, o resultado líquido da EDP caiu 8% face ao período homólogo para 422 milhões de euros, com a procura e preços de eletricidade a apresentarem quedas significativas face a 2019”, lê-se no comunicado remetido à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
No período de referência, a pandemia de covid-19 teve um impacto de 54 milhões de euros nas contas da elétrica.
O lucro foi igualmente penalizado por custos não recorrentes de 247 milhões de euros, incluindo os custos extraordinários com a antecipação do encerramento da central a carvão de Sines, a provisão sobre a devolução da “alegada sobrecompensação das centrais CMEC (Custos para Manutenção do Equilíbrio Contratual) no mercado de serviços de sistema entre 2009 e 2013 e o custo anual com a contribuição extraordinária sobre o setor energético (CESE).
Conforme sublinhou a empresa, este enquadramento contribuiu para um resultado líquido negativo em Portugal de 23 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano.
Por sua vez, o resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) da empresa fixou-se, até setembro, em 2.625 milhões de euros, o que representa uma descida homóloga de 2%.
Já os investimentos de expansão líquidos subiram 34%, no período em causa, para 1,2 mil milhões de euros, com as renováveis a representar 89%.
Em setembro, a dívida líquida da EDP totalizava 13 mil milhões de euros, menos 6% face a dezembro de 2019, “com impacto positivo do aumento de capital realizado em agosto.
Desde o início do ano, a empresa emitiu 2,2 mil milhões de euros de obrigações verdes a um custo médio de 1,7%, “com o financiamento sustentável a representar atualmente 30% da dívida da EDP”.
A empresa adiantou ainda que “é expectável que um volume significativo de transações anunciadas ao longo dos últimos 12 meses seja concluído ainda em 2020”, onde se inclui a venda de duas centrais a gás e a certeira de clientes de retalho em Espanha, a venda de seis centrais hídricas em Portugal, bem como a aquisição da Viesgo em Espanha e consequente parceria com a Macquaire para a distribuição de eletricidade naquele país.
“Estas transações irão contribuir para reforçar o perfil de baixo-risco e o alinhamento da EDP com a transição energética”, apontou.
Na sessão de hoje da bolsa, as ações da EDP cederam 0,72% para 4,14 euros.