Uma habitação controlada não é uma habitação protegida

Por Carlos Dias, Presidente da Associação Portuguesa de Segurança (APSEI)

Numa qualquer rua portuguesa, dois vizinhos de um mesmo prédio decidem, por precaução, instalar câmaras de vigilância em sua casa. Enquanto um dos vizinhos, chamemos-lhe João, decide comprar uma câmara de vigilância que pode ligar ao seu telemóvel, permitindo que assista ao que vai acontecendo na sua habitação, o outro, que dará pelo nome de Sara, decide contactar uma empresa certificada de segurança e instalar um sistema de videovigilância que, além de uma câmara que mostra em tempo real o que acontece, é um sistema que foi devidamente estruturado por uma equipa certificada e qualificada pela DN PSP para tal e/ou se encontra ligado de forma constante a uma central recetora de alarmes.

Numa noite de verão, para aproveitar o calor que se faz sentir, João decide sair. Enquanto desfruta de um jantar com os amigos, preocupa-se em saber se está tudo bem em casa e ir ao telemóvel, momento em que verifica que alguém se encontra dentro da sua habitação: está a sofrer um assalto. Apesar de ligar para a polícia e de pedir apoio, quando chegam ao seu prédio é tarde demais e os assaltantes já fugiram, com os bens de João.

Algumas semanas depois, Sara decide sair de casa, para ir celebrar o aniversário do filho. Enquanto janta, recebe uma chamada: a central recetora de alarmes está a contactá-la, para a informar de que alguém está a tentar entrar em sua casa. Ao perceberem que se trata de um possível assalto, tanto um vigilante como as forças de segurança são enviados para o local. Sara apressa-se até casa e, ao chegar, descobre que os assaltantes foram parados pelas forças de segurança e a sua habitação está intacta, com todos os seus bens.

Duas histórias idênticas com finais tão diferentes ilustram bem como controlo e proteção não são a mesma coisa: ainda que uma habitação protegida seja controlada, uma habitação que está a ser controlada não está necessariamente protegida. Ou seja, falamos da diferença entre ver e vigiar.

João conseguia controlar a sua habitação através das câmaras de vigilância, viu o ladrão e talvez como ele entrou em casa, mas como já detetou a situação num momento avançado e ninguém o podia avisar, não conseguiu agir com mais rapidez para evitar o assalto ou minimizar os danos, mesmo conseguindo aperceber-se dele. Já Sara, com um sistema de alarmes completo, conseguiu ter uma reação imediata à invasão da sua casa. Isto porque a proteção passa, além da monitorização visual, por um conjunto de ações concretas que permitem garantir a segurança de uma habitação: a deteção de uma incidência por parte de uma câmara de vigilância é seguida de uma verificação da imagem por parte de um especialista de segurança, que, em caso de aviso falso informa o cliente de que está tudo bem ou, no caso de uma incidência real, envia um vigilante ao local, contacta as forças de segurança para que estas também se dirijam à residência e contacta o proprietário para o tranquilizar.

Uma câmara de vigilância tem uma importância inegável, mas apenas quando integrada num sistema completo consegue tornar-se um instrumento de proteção poderoso. Para que se tenha uma proteção eficaz, é necessário que haja um sistema de vigilância e alarme completo, projetado, instalado e mantido por profissionais certificados, já que é ele que permite a deteção imediata de atividades suspeitas, o acionamento de alarmes sonoros e visuais e a resposta rápida das autoridades.

A nossa segurança e da nossa habitação deve ser uma necessidade prioritária. Quando se trata de segurança, o controlo não é o mesmo que a proteção. Nesse sentido, devemos optar por uma proteção completa e eficaz, um alarme ligado a uma Central Recetora de Alarmes é uma das formas que permite prevenir, dissuadir e reagir a eventuais situações de perigo, e desfrutar da tranquilidade de saber que estamos protegidos, mesmo quando estamos ausentes.

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