Encarar os problemas de frente!

Por Ricardo Florêncio

A pior maneira de resolver uma situação complicada, um problema, é ignorá-lo, fazer de conta que não existe, ou minimizá-lo constantemente. Noutro extremo, também não vale a pena empolar, exagerar. A situação actual tem de ser encarada de frente, com verdade, transparência, para que todos estejam cientes da realidade, e para que todos possam tomar as decisões correctas. Bem sei que a incerteza e a volatilidade são duas realidades com que mais nos defrontamos no nosso dia-a-dia e nas projecções que fazemos para o futuro próximo. Mas é o que é! Nesta edição, apresentamos os resultados do último questionário que lançámos ao painel do Barómetro da Executive Digest. E esses dados já demonstram a situação que atravessamos hoje. 16% das empresas (que responderam ao questionário) projectam facturar menos em 2022 do que em 2021. E 15% projectam facturar os mesmos valores. Quando a pergunta é dirigida apenas ao último trimestre, 29% das empresas, esperam facturar em 2022, menos, ou o mesmo de 2021. No que diz respeito ao investimento, 41% das respostas, apontam para um nível de investimento igual ou menor do que foi feito em 2021. Se nos recordámo-nos que em 2021 ainda estávamos a viver em restrições impostas pela COVID-19, apercebemo-nos de todo o impacto que a inflação e todos os demais condicionalismos impostos pela guerra e situação actual mundial já estão a ter nas empresas e sociedade portuguesas. E quando falamos com os diversos responsáveis das empresas, das suas perspectivas para 2023, as palavras de ordem são incerteza e alguma prudência, mas também de optimismo, que iremos ser capazes de ultrapassar toda esta situação. E agora? Agora, é ter em conta todo o meio envolvente e, com os dados que temos, tomar decisões, pois é de decisões que se faz o caminho para o futuro.

Editorial publicado na revista Executive Digest nº 199 de Outubro de 2022