Ucrânia: Chefe da NATO considera espionagem russa perigosa e inaceitável

O chefe da NATO descreveu hoje como “perigosos e inaceitáveis” os alegados casos de espionagem pró-russa na Alemanha e no Reino Unido, e avisou que os aliados estão a coordenar a reação a atos hostis.

“Temos de estar atentos às atividades secretas da Rússia no território da aliança”, afirmou Jens Stoltenberg em Berlim ao lado do chanceler alemão, Olaf Scholz, citado pela agência espanhola EFE.

As autoridades alemãs detiveram na semana passada dois indivíduos acusados de espionagem e de preparar sabotagens em nome de Moscovo, enquanto dois britânicos foram acusados hoje de cooperar com os serviços secretos russos.

“Apoiamos plenamente a Alemanha e o Reino Unido. Estas medidas de espionagem são perigosas e inaceitáveis, e não nos impedirão de continuar a apoiar a Ucrânia”, disse Stoltenberg.

“Estamos a coordenar estreitamente a nossa resposta a quaisquer atos hostis contra os aliados da NATO”, afirmou.

Stoltenberg, que iniciou uma visita à Alemanha na quinta-feira com uma deslocação à base aérea de Laage, no norte do país, elogiou o papel de Berlim no reforço do flanco oriental da NATO.

Elogiou também o aumento das despesas com a defesa na Alemanha após a invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022, para atingir o objetivo de 2% do Produto Interno Bruto (PIB).

Olaf Scholz reiterou a necessidade de apoiar a Ucrânia “durante o tempo que for necessário” para defender “a arquitetura de segurança na Europa”, que disse estar em perigo desde a invasão russa.

“Devemos todos fazer mais esforços este ano e nos próximos anos para fazer o que é necessário”, afirmou.

Scholz disse que o apoio alemão à Ucrânia totaliza atualmente 28 mil milhões de euros, incluindo a ajuda já entregue e a ajuda prometida.

O chanceler também reiterou o pedido aos “amigos da Europa” para que verifiquem se as respetivas forças armadas ainda têm equipamento que possa ser doado a Kiev para reforçar a defesa aérea da Ucrânia.

O Governo alemão anunciou recentemente que vai entregar uma terceira bateria de lançamento de mísseis Patriot à Ucrânia.

Berlim também lançou uma iniciativa diplomática para convencer outros aliados a aumentar o apoio à defesa aérea ucraniana.

Desde que foi invadida pela Rússia, em 24 de fevereiro de 2022, a Ucrânia tem contado com o apoio de aliados ocidentais em armamento, embora se queixe da hesitação de vários governos e do atraso das entregas.

Após uma contraofensiva ucraniana com pouco sucesso no verão passado, a Rússia aumentou nas últimas semanas os ataques contra a Ucrânia, em particular contra as infraestruturas de energia.

Além de apoio financeiro e em armamento, os aliados de Kiev também têm imposto sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.

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