Economia circular aplicada ao mundo das TI

Por Lilette Humala – Lifecycle Services Senior Manager Iberia in TD SYNNEX

Já muito se escreveu sobre a relação entre o crescimento do mercado de PCs e a pandemia. Recuando, de forma sintética, a 2020: apesar da tecnologia estar já muito presente no quotidiano de todos nós, foi com o confinamento que as empresas se viram obrigadas a investir em equipamentos tecnológicos, de forma a garantir a continuidade do negócio com os colaboradores a trabalhar a partir de casa. O que fez naturalmente disparar a venda de milhares de PCs e a transformação digital (já) em curso acelerou assim com o on-line a entrar nos negócios, de forma a manterem-se competitivos num mercado cada vez mais global.

Entretanto, quatro anos se passaram e, agora, perante empresas a querer otimizar os seus orçamentos de TI (muitas vezes limitados), a tónica recai sobre a palavra “renovar”, surgindo a questão Como aborda o canal, de forma eficiente e rentável, esta onda de renovação tecnológica?

Em vez de investir avultadas somas de dinheiro na compra de novos equipamentos, as empresas podem optar por um modelo de subscrição, no qual podem utilizar a tecnologia necessária durante um determinado período, pagando taxas baixas, mensal ou trimestralmente. Esta abordagem não só alivia o encargo financeiro inicial, como também oferece flexibilidade e escalabilidade às empresas, podendo adaptar a sua infraestrutura tecnológica à medida que as suas necessidades evoluem, sem ficarem presas a investimentos de longo prazo que podem rapidamente tornar-se obsoletos num mundo em constante mudança.

Além disso, este modelo apoia e impulsiona a venda de serviços oferecidos por revendedores de tecnologia, que podem facilmente adicionar manutenção e atualização de equipamentos ao orçamento, aumentando assim a receita e libertando as empresas da carga administrativa e logística associada à gestão do seu próprio inventário de TI.

É assim que se estima que este ano o canal notará um aumento na procura de equipamentos tecnológicos, tendo um papel fundamental para ajudar as empresas a manterem-se ágeis, competitivas e seguras num mundo cada vez mais digitalizado.

A economia circular – tema cada vez mais presente nas agendas das empresas – assenta num modelo sustentável, que vai contribuir para a alteração das mentalidades de consumo, sem que isto signifique parar a produção de riqueza, que sabemos ser absolutamente vital para o crescimento económico e melhores condições de vida dos cidadãos.

O mercado não pára e, perante a sua atual instabilidade e incerteza, as empresas devem evitar grandes investimentos de capital, apostando antes em usufruir da tecnologia mais recente, formação, serviços e manutenção através de um plano de pagamentos mensal a baixo custo.

Está provado que as ferramentas tecnológicas melhoram a agilidade e a eficiência, a automatização ajuda a reduzir custos, a personalização de produtos e serviços conduz a melhores experiências para os clientes e tudo isto é conseguido por uma aposta contínua na inovação, que é atualmente uma necessidade diria de sobrevivência das empresas. O que significa que, pelos seus diversos usos e como estratégia e fator de desenvolvimento, não há como prescindir da tecnologia que, graças aos serviços por subscrição acima descritos, podem mais facilmente ser acedidos por todo o tecido empresarial.

Segundo um artigo da Gartner, cerca de 80% dos produtos dos fornecedores de hardware estarão vinculados a iniciativas circulares até 2030 – o que demonstra o envolvimento e interesse das TI perante este novo modelo e abordagem à produção e ao consumo que, até ver, é o único sustentável.

A propriedade de bens físicos é um conceito que passou a ser discutível, e a economia circular apresenta-se como alternativa para uma redefinição da noção de crescimento, com foco nos benefícios para toda a sociedade.

 

 

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