Compre hoje e pague depois: o método de pagamento que está a ganhar cada vez mais terreno

Por João Costa, country manager da Expense Reduction Analysts

A pandemia mudou a forma como fazemos compras. Nos dias de hoje, fugimos ainda mais de créditos com taxas elevadas e, por isso, o aparecimento de novas necessidades e os recentes serviços financeiros digitais, com custos mais baixos, têm gerado movimentações nos bancos tradicionais que conhecemos. A solução Buy Now, Pay Later (Compre agora, pague depois) é o acrónimo utilizado para caracterizar os métodos de pagamentos em que se compra, mas não se paga o valor total no momento. As empresas que oferecem este tipo de soluções classificam-se como uma alternativa ao crédito tradicional, sendo que os custos, habitualmente cobrados aos compradores, são cobrados aos vendedores.

Esta é uma modalidade que agrada aos consumidores pelo facto de oferecer flexibilidade, a custo zero e com baixo risco. No fundo, é a forma que a sociedade encontrou para que as pessoas possam consumir mesmo quando não lhes é possível, seja porque que não têm saldo suficiente ou pela possibilidade de surgir um imprevisto.

Este serviço começou por ser usado maioritariamente em bens duráveis, como móveis ou eletrodomésticos, no entanto, está já a chegar às áreas do luxo e cosmética. As empresas estão finalmente a perceber que oferecer diferentes métodos de pagamento tem benefícios, até porque este é um dos critérios que mais pesa no momento de finalizar a compra. Se até há pouco tempo, em Portugal, poucas empresas disponibilizavam pagamento por multibanco e/ou MB Way, foi pelo facto de terem percebido que não ter essas modalidades lhes custava muitos carrinhos abandonados que passaram a incluí-las.

É certo que, qualquer que seja o método de pagamento escolhido, existe sempre um custo associado para as empresas, ainda que baixo. O Buy Now, Pay Later pode ser encarado como uma estratégia de marketing para angariar novos clientes, mas deve sempre avaliar se faz sentido para o seu negócio.