UE adota sanções a “quase 200 pessoas e empresas” ligadas à Rússia. É o 13º pacote desde o início da guerra

Os embaixadores dos Estados-membros junto da União Europeia (UE) chegaram esta semana a acordo sobre o novo pacote de sanções à Rússia pela invasão da Ucrânia, que será oficialmente adotado hoje, quando se assinalam dois anos de guerra.

“Acordo. Os embaixadores da UE acabam de chegar a um acordo de princípio sobre um 13.º pacote de sanções no âmbito da agressão da Rússia contra a Ucrânia”, indicou a presidência belga do Conselho da União, numa publicação na rede social X (antigo Twitter).

De acordo com os belgas, “este pacote é um dos mais alargados aprovados pela UE”, que será “submetido a um procedimento escrito e aprovado formalmente em 24 de fevereiro”, este sábado, dia em que se completam dois anos da invasão russa.

Fontes europeias tinham antes dito à agência Lusa que a Comissão Europeia estava a preparar um novo “pacote simbólico” de sanções à Rússia, o 13.º, para divulgar a tempo do segundo aniversário da guerra da Ucrânia, abrangendo mais diplomatas russos e novos setores, como o alumínio.

Entretanto uma fonte comunitária especificou que o setor do alumínio não está afinal abrangido, indicando antes que “este pacote se centra nas redes de aquisição de componentes de drones que acabam no complexo militar russo e depois no campo de batalha na Ucrânia”, incluindo por isso “várias empresas russas, mas também de países terceiros”.

A fonte sublinhou que o novo pacote, acordado por unanimidade, abrange “quase 200 pessoas e empresas”, tornando-o num “dos maiores pacotes desde o início da guerra”.

A Hungria, que tem vindo a contestar o apoio à Ucrânia, também deu aval, mas fez uma declaração aquando da aprovação, que surge com uma semana de atraso precisamente por entraves colocados por Budapeste.

Na reunião desta semana do Comité de Representantes Permanentes dos Governos dos Estados-Membros da União Europeia, foi ainda renovado por seis meses o atual regime de sanções, que conta agora com cerca de 2.000 indivíduos e empresas sancionadas.

Através do X, a presidente do executivo comunitário, Ursula von der Leyen, congratulou-se com a ‘luz verde’, que a seu ver permitirá “continuar a degradar a máquina de guerra de [Vladimir] Putin”, Presidente russo.

“Com um total de 2.000 [novos indivíduos e entidades incluídas em] listagens, mantemos a pressão elevada sobre o Kremlin”, o regime russo, adiantou.

De acordo com Von der Leyen, este novo pacote de sanções visa ainda “reduzir ainda mais o acesso da Rússia aos drones”.

Numa publicação no X, o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, congratulou-se com a decisão, escrevendo: “Com este pacote, estamos a tomar mais medidas contra entidades envolvidas na evasão, nos setores da defesa e militar”.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kiev e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.

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