Reino Unido diz que está pronto para enfrentar as forças russas “já esta noite”, caso Putin invada outro país

O Reino Unido está preparado para enfrentar forças russas “esta noite”, caso Vladimir Putin decida invadir outro país da Europa de Leste. A garantia foi deixada por Rob Magowan, vice-chefe do Estado-Maior de Defesa britânico, durante uma audiência na Comissão de Defesa da Câmara dos Comuns esta quinta-feira.

“Se o Exército Britânico fosse solicitado a combater esta noite, combateria esta noite”, afirmou Magowan, sublinhando que o Reino Unido responderia imediatamente a qualquer escalada por parte da Rússia. “Ninguém nesta sala deve ter ilusões de que, se os russos invadissem a Europa de Leste esta noite, nós os enfrentaríamos nesse combate”, acrescentou.

A declaração surge num contexto de crescente tensão entre a NATO e a Rússia, com os países da Europa de Leste, como a Letónia e a Estónia, a manifestarem preocupações sobre o alcance das ambições russas após a invasão em grande escala da Ucrânia. Paralelamente, a Finlândia, que faz fronteira com a Rússia, alertou recentemente para o risco de sabotagens a infraestruturas críticas.

Preocupações com a capacidade militar britânica
Apesar da confiança expressa por Magowan, pairam dúvidas sobre a real capacidade militar do Reino Unido para lidar com uma possível escalada na Europa. Atualmente, o exército britânico encontra-se no seu menor tamanho desde o século XVIII, um ponto crítico destacado por John Healey, secretário de Defesa, que assumiu o cargo em junho com o governo trabalhista.

Healey afirmou recentemente que as condições das forças armadas do Reino Unido eram “muito piores do que pensávamos” quando o novo governo assumiu funções. Na quarta-feira, 8 de novembro, Healey anunciou cortes significativos no orçamento militar, incluindo a retirada de cinco navios de guerra e a desativação de uma dúzia de helicópteros e drones, como parte de um programa de redução de custos.

Durante a sua intervenção, Magowan reconheceu os desafios enfrentados pelas forças armadas, mencionando tanto os “riscos operacionais” como os “pontos fortes operacionais” do exército. O responsável reiterou a necessidade de “mais letalidade” no arsenal britânico, um ponto que já havia defendido anteriormente.

No mesmo dia em que Magowan falava ao Parlamento, o Ministério da Defesa do Reino Unido anunciou a conclusão de um teste ao vivo do obus móvel Archer, um sistema de artilharia projetado para implantação rápida em combate. O exercício foi realizado durante 12 dias de treinos da NATO na Finlândia, destacando o compromisso britânico com a modernização e prontidão militar no âmbito da aliança.

As declarações de Magowan reforçam o compromisso do Reino Unido com a defesa coletiva, princípio fundamental da NATO que estipula que um ataque contra um membro da aliança é considerado um ataque contra todos. Diante da ameaça russa, a prontidão britânica é vista como um pilar crucial para a segurança na região, mesmo em meio a desafios internos nas suas forças armadas.

Embora questões sobre a capacidade do exército britânico persistam, o Reino Unido continua a posicionar-se como um aliado chave da NATO na Europa, pronto para responder a qualquer nova ameaça que possa surgir.