Primeiro navio de cereais a sair da Ucrânia procura novo comprador após ter sido rejeitado por um libanês

O primeiro navio de cereais exportado da Ucrânia desde o início da guerra está agora à procura de um novo comprador, depois de o comprador libanês inicial tê-lo rejeitado, devido ao atraso na entrega, disse a embaixada ucraniana no Líbano na segunda-feira.

“O comprador inicial no Líbano recusou-se a receber a remessa devido ao atraso na entrega por mais de cinco meses. Portanto, o fornecedor da remessa agora está à procura de outro comprador que poderá estar na cidade libanesa de Trípoli, ou em outro país ou porto”, disse a embaixada em comunicado.

O navio de carga Razoni, com bandeira de Serra Leoa, que transportava 26 mil toneladas de milho, deixou o porto ucraniano de Odesa em 1 de agosto, depois que um acordo histórico apoiado pela ONU ter sido assinado por Turquia, Rússia e Ucrânia para desbloquear as exportações de grãos ucranianos, devido ao conflito.

A Ucrânia é um dos maiores fornecedores de cereais do mundo e o bloqueio das suas exportações aumentou a ameaça de uma crise alimentar global.

Esta terça-feira mais dois navios de transporte de cereais deixaram o porto ucraniano de Chornomorsk, como parte de um acordo para desbloquear as exportações marítimas ucranianas, anunciou o Ministério da Defesa da Turquia.

Segundo a agência ‘Reuters’, que cita a tutela turca, estes dois novos navios elevam para 12 o total de embarcações que já deixaram o país sob um acordo de passagem segura de cereais.

O Ocean Lion partiu para a Coreia do Sul, com um total de 64.720 toneladas de milho, enquanto o Rahmi Yagci carregava 5.300 toneladas de farinha de girassol, rumo a Istambul.

Recorde-se que as Nações Unidas e a Turquia intermediaram o acordo no mês passado, após alertas de que a interrupção nos embarques de cereais causada pelo conflito poderia levar a uma grave escassez de alimentos e até a surtos de fome em partes do mundo.

Antes de a Rússia invadir a Ucrânia em 24 de fevereiro no que chama de “operação especial” para desmilitarizar o seu vizinho, os dois países juntos representavam quase um terço das exportações globais de trigo.

A retoma das exportações de cereais está a ser supervisionada por um Centro de Coordenação Conjunta (JCC) em Istambul, onde estão a trabalhar funcionários russos, ucranianos, turcos e da ONU.

A Ucrânia espera exportar 20 milhões de toneladas de cereais em silos e 40 milhões da sua nova colheita, disse o consultor económico do país, Oleh Ustenko, em julho, lucrando com isso 10 mil milhões de dólares.

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