Pintura de Klimt desaparecida durante 100 anos vai hoje a leilão e pode render perto de 50 milhões de euros

O “Retrato de Fräulein Lieser”, pintura de Gustav Klimt (1862-1918) redescoberta após quase 100 anos desaparecida, vai hoje a leilão, na Áustria, com uma estimativa de 49 milhões de euros, pela leiloeira vienense im Kinsky.

O retrato, que era propriedade privada de um cidadão austríaco, desconhecido do público, foi redescoberto e é considerado “um dos mais belos do último período criativo de Klimt”, artista-chave da Arte Nova vienense, um movimento modernista da época.

O “Retrato de Fraulein Lieser” – indica a leiloeira em comunicado – pertenceu a uma família judia na Áustria e foi visto em público pela última vez em 1925, “com um destino desconhecido desde essa altura, mas a família austríaca dos atuais proprietários tem o quadro desde a década de 1960”.

A leiloeira estima um valor de 54 milhões de dólares (cerca de 49,68 milhões de euros) para venda do retrato.

A obra de Gustav Klimt é conhecida em particular pelos retratos de mulheres bem-sucedidas da classe média-alta do início do século XX, e esta é uma das últimas criações, assinalou a casa de leilões, destacando que “há décadas que um quadro de tal raridade, significado artístico e valor não está disponível no mercado de arte da Europa Central”.

O quadro será leiloado “em nome dos atuais proprietários, juntamente com os sucessores legais de Adolf e Henriette Lieser, com base num acordo em conformidade com os Princípios de Washington de 1998”, indicou o mesmo comunicado da leiloeira, referindo-se ao acordo internacional de devolução de obras de arte aos descendentes dos espoliados durante o período nazi.

Em junho de 2023, um dos últimos retratos criados por Gustav Klimt foi vendido em leilão, em Londres, por 85,3 milhões de libras (98,7 milhões de euros), atingindo um recorde para uma obra de arte leiloada na Europa.

Vendido a um colecionador de Hong Kong acima da estimativa de 65 milhões de libras (75,2 milhões de euros), o quadro “Dama com Leque” ultrapassou assim o recorde anterior, da escultura “Walking Man I”, de Alberto Giacometti, também vendido na Sotheby’s, em 2010.

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