Mustafá Maya Amaya, o maior recrutador de jihadistas europeus, é preso na cidade espanhola de Melilla

Mustafá Maya Amaya, conhecido como ‘taliban’, foi detido esta segunda-feira pela Polícia Nacional de Espanha, numa operação contra o terrorismo jihadista. É tido como o maior recrutador de jihadistas europeus e o criador de “uma das maiores redes de recrutamento e envio de radicais para aderirem a organizações” e tem um campo de treino, na cidade de Melilla, para enviar combatentes para zonas de conflito.

O recrutador terrorista, de ascendência cigana, já havia sido condenado a 8 anos de prisão pelo Tribunal Nacional em 2018: no julgamento, Maya Amaya, nascido em Bruxelas há 59 anos, reconheceu ter doutrinado jovens, que ficavam alojados em sua casa e mais tarde viajavam para a Líbia e outras zonas de conflito para levar a cabo a jihad.

Fontes antiterroristas consultadas pelo jornal ‘El Español’ asseguraram que foi libertado da prisão há um ano, depois de cumprir a pena imposta pelo Tribunal Nacional. Já tinha sido visto novamente em Melilla nos últimos meses, sendo transportado na sua característica cadeira de rodas.

Na decisão dos juízes, Maya Amaya foi acusado de desenvolver uma estratégia que o próprio chamou de “hégira antes de hégira”, aludindo à fuga de Maomé de Meca para Medina, através da qual “centralizou na cidade espanhola de Melilla a atividade de formação de novos candidatos”.

Entre os perfis dos mais de 200 jovens que doutrinou online, a partir da sua cadeira de rodas, estava, entre outros, um espanhol com 20 anos que em 2013 viajou para a Turquia e se juntou ao Estado Islâmico. Maya Amaya definiu-se no julgamento como um “farol para muitos jovens”.

A detenção de Maya Amaya ocorreu três dias após o início de outra operação policial contra o jihadismo em Granada, Barcelona e Madrid. Agentes do Comissariado de Informação Geral detiveram quatro indivíduos, todos na faixa dos 20 anos, que viviam com as suas famílias e são acusados de autodoutrinação para fins terroristas, doutrinação de terceiros e glorificação do terrorismo.

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