“Não permitiremos que ninguém nos ameace”: Putin acusa Ocidente de arriscar conflito global

Vladimir Putin acusa o Ocidente de arriscar um conflito global, salientando que ninguém teria permissão para ameaçar a maior potência nuclear do mundo no momento em que a Rússia marcava a vitória da União Soviética sobre a Alemanha nazi na II Guerra Mundial.

À medida que as tropas russas avançam contra as forças da Ucrânia apoiadas pelo Ocidente, Putin avisa as elites ocidentais “arrogantes” para não esquecerem o papel decisivo desempenhado pela União Soviética na derrota da Alemanha nazi e de alimentarem conflitos em todo o mundo.

“Sabemos aonde leva a exorbitância de tais ambições. A Rússia fará tudo para evitar um confronto global”, diz Putin, na Praça Vermelha. “Mas, ao mesmo tempo, não permitiremos que ninguém nos ameace. As nossas forças estratégicas estão sempre em estado de prontidão para o combate.”

A Ucrânia e o Ocidente dizem que Putin está envolvido numa apropriação de terras ao estilo imperial: a Rússia atualmente controla cerca de 18% da Ucrânia, incluindo a Crimeia, e partes de quatro regiões no leste da Ucrânia. De acordo com Moscovo, as terras, que antes faziam parte do império russo, agora fazem parte novamente da Rússia.

A União Soviética perdeu 27 milhões de pessoas na II Guerra Mundial, incluindo muitos milhões na Ucrânia, mas acabou por empurrar as forças nazis de volta para Berlim, onde Hitler cometeu suicídio e a Bandeira vermelha da Vitória Soviética foi hasteada sobre o Reichstag em 1945.

“No Ocidente, gostariam de esquecer as lições da II Guerra Mundial”, garante Putin, acrescentando que a Rússia honrou todos os aliados envolvidos na derrota da Alemanha nazi. “Lembramos que o destino da humanidade foi decidido nas grandes batalhas perto de Moscovo e Leningrado, Rzhev, Stalingrado, Kursk e Kharkiv, perto de Minsk, Smolensk e Kiev, em batalhas pesadas e sangrentas de Murmansk ao Cáucaso e à Crimeia.”

A rendição incondicional da Alemanha nazi entrou em vigor às 23h01 do dia 8 de maio de 1945, marcado como o “Dia da Vitória na Europa” pela França, Grã-Bretanha e Estados Unidos. Em Moscovo já era 9 de maio, que se tornou o “Dia da Vitória” da União Soviética no que os russos chamam de Grande Guerra Patriótica de 1941-45.

Na Praça Vermelha, a celebração contou com a presença dos líderes da Bielorrússia, Cazaquistão, Quirguizistão, Tajiquistão, Turquemenistão, Uzbequistão, Cuba, Laos e Guiné-Bissau.

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