
Jair Bolsonaro vai ser formalmente acusado por tentativa de golpe de Estado
Jair Bolsonaro vai ser formalmente acusado pela Polícia Federal (PF) brasileira por tentativa de golpe de Estado após a derrota nas eleições presidenciais de 2022, segundo indicou a agência ‘Reuters’ – a acusação vai seguir ainda hoje para o Supremo Tribunal Federal (STF).
A acusação deve ser conhecida esta quinta-feira e surge na sequência da ‘Operação Contragolpe’, uma investigação que levou à detenção de cinco pessoas na passada terça-feira, onde está incluído Mauro Cid, ex-braço-direito do antigo presidente brasileiro, suspeito de envolvimento num plano para assassinar o atual presidente do Brasil, Lula da Silva, dias antes de reocupar o cargo.
O plano incluía mortes por envenenamento ou “uso de químicos para causar um colapso orgânico”. Os investigados na ‘Operação Contragolpe’ são, na sua maioria, militares com formação em Forças Especiais. Além disso, a PF descobriu que havia um plano operacional detalhado, chamado “Punhal Verde e Amarelo”, previsto para ser executado no dia 15 de dezembro de 2022, específico para executar o presidente e o vice eleitos.
O relatório final, após quase dois anos de investigações, terá mais de 800 páginas e vai propor que o ex-presidente — tido como peça-chave no plano — seja responsabilizado criminalmente por crimes como tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado democrático de direito e organização criminosa.
O jornal ‘Globo’ salientou que o relatório da Polícia Federal “vai apontar para a responsabilização” de Jair Bolsonaro “e assessores de maneira contundente” pelo planeamento e tentativa de execução de um “golpe militar no país para evitar a posse” de Lula da Silva.
Além de Bolsonaro, vão também ser acusados o ex-ministro da Casa Civil, general Braga Netto; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Augusto Heleno; o ex-ministro da Defesa general Paulo Sérgio Nogueira e mais outras 40 pessoas.