Israel quer criar uma aliança global e regional para deter Teerão: Irão é considerado uma ameaça para o mundo inteiro

Benny Gantz, ex-ministro da Defesa e membro do gabinete de guerra em Israel, anunciou a intenção de criar “uma coligação regional” anti-iraniana, salientando a necessidade de consolidar “uma frente global unida” porque considera Teerão uma ameaça para o mundo inteiro – os Emirados Árabes Unidos (EAU) são um dos países desejados para integrar a coligação.

Israel deve fortalecer a “aliança estratégica e a cooperação regional” que lhe permitiu resistir ao ataque iraniano, frisou o ministro, em comunicado.

“O Irão é um problema global, é um desafio regional e também é um perigo para Israel e, ontem, o mundo esteve claramente unido a Israel face ao perigo. Israel contra o Irão, o mundo contra o Irão – este é o resultado. Esta é uma conquista estratégica, que devemos aproveitar para a segurança de Israel”, afirmou.

“Este evento não acabou – a aliança estratégica e o sistema de cooperação regional que construímos e que resistimos ao seu teste significativo precisam de ser fortalecidos precisamente agora. Israel provou ontem que é uma âncora de poder militar e tecnológico e uma âncora de segurança no Médio Oriente”, continuou.

“Confrontados com a ameaça do Irão, construiremos uma coligação regional e cobraremos o preço ao Irão, da forma e no momento que nos convier. E o mais importante, face ao desejo dos nossos inimigos de nos prejudicar, iremos unir-nos e tornar-nos mais fortes”, acrescentou.

“Os Estados Unidos e o resto dos países ocidentais e árabes deram um passo sem precedentes para defender diretamente Israel. Este ataque do Irão demonstrou que a autossuficiência de Israel na defesa é limitada e que não será capaz de levar a cabo uma guerra futura de forma independente”, indicou o analista libanês Saad Amal, citado pelo jornal espanhol ‘ABC’.

Recorde-se que o ataque do Irão deixou 12 pessoas feridas e danificou ligeiramente uma base aérea no deserto de Negev, mas os iranianos e os seus aliados celebraram-no como uma grande vitória porque marcou o primeiro ataque direto de Teerão. Neste jogo macabro de ataques e respostas, a ‘bola’ está agora no campo de Benjamin Netanyahu e cabe-lhe decidir quando e como será a retaliação aos mais de 300 drones e mísseis enviados pelo Irão.

Quase todas os projéteis foram intercetados por Israel e seus aliados. O escudo anti-míssil foi eficaz, mas uma das grandes leituras foi verificar que Israel não está sozinho: os Estados Unidos, o Reino Unido, a França e a Jordânia, como único país árabe, foram uma parte muito ativa do escudo israelita.

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