Julius Kivimäki: De ‘hacker’ adolescente a um dos cibercriminosos mais procurados da Europa

Após uma década marcada por uma série de crimes informáticos de uma magnitude sem precedentes, a Finlândia finalmente testemunhou o encerramento de um ‘capítulo sombrio’, esta semana, com a condenação de Julius Kivimäki, conhecido no mundo virtual como Zeekill. A saga de Kivimäki começa na sua adolescência quando, aos 13 anos de idade, se destacou numa rede de gangues anarquistas de hackers adolescentes.

O desfecho do caso que se arrastava há mais de 10 anos foi anunciado depois de anos de extorsão e chantagem perpetradas por Kivimäki e os seus cúmplices. O golpe mais recente foi contra a clínica de psicoterapia Vastaamo, onde os dados pessoais de cerca de 33 mil de pacientes foram roubados e usados como moeda de troca para chantagem e extorsão.

Para muitos, como Tiina Parikka, uma das vítimas do ataque, o impacto foi avassalador. Após receber um e-mail ameaçador, a mulher soube que dados íntimos e detalhes de sua terapia estavam em posse de um criminoso anônimo. O terror se espalhou rapidamente entre os pacientes da Vastaamo, que se viram à mercê de um hacker impiedoso, como revela a BBC.

Mas ainda antes deste caso, há muitos episódios de cibercrime no passado de Kivimäki, sempre associado às esquipas de piratas informáticos ‘Lizard Squad’ e ‘Hack the Planet’.

Depos do caso com as invasões à Vastaamo, a polícia finlandesa demorou dois anos a juntar provas suficientes para depois emitir o alerta vermelho da Interpol, que tornaram Kivimäki num dos criminosos mais procurados da Europa.

O julgamento de Kivimäki, que se tornou um dos mais importantes da história do país, foi acompanhado de perto pelos media locais e internacionais. As revelações chocantes sobre os crimes cometidos e a amplitude do dano causado deixaram o público atónito, mas a sentença também, pela sua curta duração.

Com seis anos e três meses de prisão para cumprir, Kivimäki agora enfrenta as consequências de seus atos. No entanto, para muitas vítimas, o trauma persiste, e a luta por justiça está longe de terminar. Processos civis estão em andamento, com os afetados a procurarem compensação pelo dano emocional e psicológico infligido.

“Isto é realmente histórico na Finlândia, porque o nosso sistema não está preparado para esta quantidade de vítimas. A invasão da Vastaamo nos mostrou que precisamos estar preparados para estes casos grandes, então espero que haja uma mudança. Isto não vai acabar aqui”, sublinha a advogada das vítimas Jenni Raiskio, citada pela rádio inglesa.

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