Há sete anos que as fábricas no Reino Unido não despediam tantos trabalhadores

Retrato mensal da produção e exportação no Reino unido demonstra sétimo mês de contracção.

As fábricas da Grã-Bretanha estão a demitir trabalhadores ao ritmo mais elevado em sete anos, enquanto a produção permanece em crise, devido às turbulências políticas e económicas, destaca o The Guardian.

O retrato mensal da produção no Reino Unido da IHS Markit / Cips mostra que o índice dos gestores de compras (PMI) caiu para 48,9 em Novembro, valor que estava em 49,6 em Outubro. Estando pontuado há sete meses abaixo da marca dos 50 que separa a expansão da contracção, refere ainda o mesmo órgão de comunicação.

O emprego no sector caiu pelo oitavo mês consecutivo e o ritmo de perda de empregos foi o mais acentuado desde Setembro de 2012, quando os fabricantes procuraram reduzir os seus custos.

As fábricas reduziram a sua produção a uma taxa nunca antes vista e diminuíram os stocks acumulados antes do prazo do Brexit de 31 de Outubro. Pedidos novos caíram pelo sétimo mês consecutivo, reflectindo condições mais difíceis no Reino Unido e no exterior. A queda nos novos pedidos de exportação foi uma das mais acentuadas dos últimos sete anos.

Rob Dobson, director da IHS Markit, disse ao The Guardian: “Em Novembro, os fabricantes britânicos estiveram entre a espada e a parede, a incerteza criada por um novo atraso no Brexit foi acompanhada por uma paralisia crescente antes das próximas eleições gerais”. “A redução do stock e de clientes após o último atraso no Brexit foi um dos principais contribuintes para a fraqueza do sector. Enquanto isso, as pressões inflaccionárias mostraram sinais de moderação, com os custos a cair ligeiramente pela primeira vez desde Março de 2016. Isso estava relacionado a preços mais baixos das commodities globais e efeitos da taxa de câmbio”, acrescentou ainda. Lee Collinson, chefe de produção do Barclays, disse: “A cada novo ano vem uma esperança renovada, mas a certeza do que o setor anseia precisa ser bastante nítida em 2020 para ajudar a melhorar o desempenho da manufatura britânica”.

Na Zona Euro, a actividade de produção declina pelo décimo mês consecutivo, embora haja alguns sinais de melhoriaa. Uma pesquisa da Markit para a Zona Euro mostra que o PMI subiu para 46,9 em Novembro em relação aos 45,9 de Outubro, sinalizando uma taxa mais lenta de declínio.

A contracção na Alemanha diminui, mas o seu sector fabril dependente da exportação permanece no final da tabela, seguido pela Áustria, Espanha e Itália. Somente a Grécia e a França registaram uma expansão nas indústrias de transformação.

Já os fabricantes da China saíram melhor do que o Reino Unido, avança ainda o The Guardian, e a Zona Euro no mês passado, com novos pedidos de exportação registando o primeiro aumento mensal consecutivo em mais de um ano e meio. O PMI industrial Caixin / Markit China subiu para 51,8 em Novembro, ante 51,7, sugerindo que o impacto da guerra comercial EUA-China pode estar a diminuir. Os níveis de funcionários nas fábricas chinesas permaneceram estáveis após sete meses de declínio.

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