Universidade do Minho integra consórcio de empresas e instituições portuguesas para criar as baterias da próxima geração

O Centro de Química da Escola de Ciências da Universidade do Minho integra o consórcio “New Generation Storage (NGS)”, liderado pela dstsolar e composto por 49 empresas e instituições portuguesas, e está a revolucionar a indústria das baterias com a criação de um eletrólito à base de celulose para baterias em estado sólido e recicláveis.

Com um financiamento de 111 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) até 2026, o consórcio NGS tem como objetivo transformar toda a cadeia de valor nacional de produção, packs e reciclagem de baterias. Este esforço ambicioso visa contribuir para a eletrificação completa da mobilidade em Portugal até 2035 e para a transição energética da União Europeia até 2040.

As atuais baterias de íons de lítio estão a aproximar-se dos seus limites em termos de tensão das células e taxas de carga rápida. As futuras baterias em estado sólido (geração 4b) prometem melhorar significativamente a densidade de energia, o armazenamento sustentável e a segurança.

Maria Manuela Silva, do Centro de Química da UMinho, explica que cada grupo de trabalho do NGS está encarregado de uma parte específica das baterias, que serão testadas em uma instalação piloto no Centro de Nanotecnologia e Materiais Técnicos Funcionais e Inteligentes (CeNTI), em Famalicão.

“Melhorar o ciclo de vida da bateria reduz o impacto ambiental”, assinala a investigadora.

Além de serem mais sustentáveis e recicláveis devido à sua natureza sólida, as novas baterias prometem melhorar o ciclo de vida dos dispositivos, reduzindo assim seu impacto ambiental.

A Universidade do Minho está envolvida no consórcio, com contribuições do Centro de Física, Instituto de Polímeros e Compósitos (IPC), Laboratório de Paisagens, Património e Território (Lab2PT), Instituto para a Sustentabilidade e Inovação em Engenharia de Estruturas (ISISE), Polo de Inovação em Engenharia de Polímeros (PIEP) e Laboratório Colaborativo em Transformação Digital (DTx).

Júlio Viana, Eduardo Pereira, Carlos Leal Gomes, Carlos Costa, Senentxu Lanceros-Méndez e Renato Gonçalves são alguns dos investigadores envolvidos no projeto. A equipa está concentrada em aprofundar sinergias entre inovação, potencial humano e cadeia logística de acesso ao lítio, enfrentando desafios como redução de peso e gestão térmica das baterias em cada gama, garantindo um funcionamento eficaz e duradouro.

 

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