Grupo de associados no Crédito Agrícola em Felgueiras quer suspender eleições

Uma lista apoiada por 800 associados que alega ter sido impedida de concorrer à direção da Caixa de Crédito Agrícola de Terras do Sousa, Ave, Basto e Tâmega vai interpor uma providência cautelar para suspender as eleições.

Para aquele grupo liderado pela economista e analista de crédito Susana Faria, ao não ser permitida a sua participação nas eleições para o triénio 2024-2026, previstas para 28 de maio, a instituição “revela a prática de irregularidades e nulidades”.

“A Comissão de Avaliação [órgão que determina a admissibilidade dos candidatos], cujo presidente foi substituído, já no decurso do processo eleitoral, terá emitido um relatório recusando a admissão da nossa lista a eleições. Desconhecemos o teor do relatório e não aceitamos uma decisão sem base de sustentação”, lê-se num comunicado enviado à agência Lusa.

O presidente da mesa da Assembleia Geral, Ernesto Rodrigues, publicou um anúncio indicando que só a candidatura da atual presidente interina do conselho de administração foi admitida.

Aquela instituição de crédito sediada em Felgueiras, no distrito do Porto, tem 4.500 associados e 10 balcões repartidos pelos concelhos de Felgueiras, Guimarães, Fafe, Amarante, Celorico, Lousada e Vizela.

No comunicado enviado à Lusa pelos elementos que se dizem impedidos de se candidatar, alega-se que os três subscritores da decisão da não admissão nunca foram aprovados em assembleia geral da instituição, ao que se soma o facto de, indica-se, a substituição do anterior presidente da comissão de avaliação ter ocorrido “em pleno decurso do prazo regulamentar para apresentação dos relatórios de avaliação definitivos, sem qualquer informação ou justificação”.

Dizem que os relatórios de avaliação definitivos, dos membros integrantes de ambas as candidaturas, “nunca foram até hoje, fornecidos a esta candidatura, desconhecendo-se na íntegra as razões arregimentadas pela comissão de avaliação para considerar adequados ou não adequados os membros indicados por ambas as listas para os órgãos de administração e de fiscalização”.

Conclui-se, assim, que no processo não tem sido assegurado, “por falta de legitimidade para o exercício do cargo da comissão de avaliação, o cumprimento integral dos prazos e dos procedimentos estabelecidos nos estatutos e nos regulamentos e, ali, previstos com o propósito de garantir a realização de eleições sérias, genuínas, democráticas, isentas e imparciais”, lê-se no comunicado.

Sobre as críticas da lista liderada por Susana Faria, a instituição sediada em Felgueiras, face ao pedido de esclarecimentos da agência Lusa, enviou uma nota escrita na qual refere que “a Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Terras do Sousa, Ave, Basto e Tâmega, CRL pauta a sua atuação pelo rigoroso cumprimento do disposto na lei e normativos aplicáveis, incluindo na avaliação de adequação para o exercício de funções dos membros dos órgãos de administração e fiscalização, assim como em todo o processo eleitoral”.

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