Comissões bancárias continuam a subir apesar do aumento das taxas de juro: “É uma estratégia no mínimo desonesta”, diz a Deco

Apesar da subida das taxas de juro, continuam a aumentar as comissões cobradas pelas instituições bancárias pelas contas à ordem de particulares. As taxas de juro baixas foram, até ao ano passado, a justificação para os aumentos, mas mesmo com a subida dos juros, não há descida à vista para as comissões.

Mário Centeno, governador do Banco de Portugal tinha dito no início do ano que esperava que as comissões bancárias começassem a descer, mas não se veio a verificar e, em alguns casos até aumentaram. É o caso, segundo escreve o Jornal de Notícias, da Conta 100% do Novo Banco, em que a comissão passou de 5,90 por mês para 6,90 euros (em abril), e a 19 de janeiro de 2024 vai subir para 7,50 euros (no caso de bonificação passa de 3,50 euros por mês para 4,50 ou 5,50 euros).

A Deco Proteste assinala “alguns aumentos mais pontuais” e destaca que o que não “tem acontecido de todo” é a descida das comissões bancárias. No ano passado, foram cobrados qualquer coisa como 216 euros, em média, a cada português pelas comissões bancárias, num total de 2238 milhões de euros.

Nuno Rico, da Deco Proteste, afirma ao mesmo jornal que é “uma estratégia no mínimo desonesta”, já que os bancos após aumentarem as comissões propõem ao cliente que, para evitarem pagar tanto, tenham maior envolvimento com a instituição, com a domiciliação do ordenado ou com crédito à habitação.