Atual ministro das Infraestruturas é um dos visados das buscas da PJ na Câmara de Cascais: suspeitas recaem sobre candidatura à liderança do PSD

Miguel Pinto Luz, antigo vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais e atual ministro das Infraestruturas e Habitação, é um dos visados das buscas realizadas esta manhã pela Polícia Judiciária, indicou a ‘CNN Portugal’.

De acordo com o canal televisivo, sobre o atual ministro recaem suspeitas relativas à sua candidatura à liderança do PSD, porque foi assessorado, a título pessoal, por uma agência de comunicação que mantinha, no mesmo período, contratos com a autarquia.

No briefing do Conselho de Ministros, António Leitão Amaro, ministro da Presidência, não quis responder sobre se o caso poderia significar o afastamento do ex-autarca do Executivo: no entanto, salientou que “não há qualquer informação sobre o que está a ocorrer. Temos de aguardar pelos esclarecimentos prestados pelas entidades de investigação e as entidades visadas. Só temos notícia pelo que tem sido veiculado pela comunicação social. Por isso, a única adicional que o Governo diz neste momento é que a justiça deve funcionar e fazer o seu trabalho”.

A autarquia, presidida por Carlos Carreiras e onde até janeiro de 2024 foi vice-presidente Miguel Pinto Luz, atual ministro das Infraestruturas e Habitação, garantiu que está a colaborar com as investigações da PJ, embora nesta altura não se sabe quais as suspeitas em causa ou os visados pela operação.

Contactada pela ‘Executive Digest’, a Câmara de Cascais confirmou as buscas por parte das autoridades, indicando que dizem respeito à fábrica de máscaras cirúrgicas, mas sem avançar mais pormenores. Lembrou ainda ter sido a única autarquia que avançou com esta iniciativa, que permitiu distribuir máscaras pela população, pelos hospitais e pelos concelhos vizinhos.

Recorde-se que em 2020 a autarquia realizou um investimento de 500 mil euros para a reconversão de um antigo armazém numa fábrica de produção de máscaras cirúrgicas, passando a poder fornecer a custos residuais a todos os munícipes e instituições.

“Tínhamos de combater na linha da frente este flagelo. Esse combate faz-se com meios, e esta iniciativa surgiu porque o preço das máscaras estava a valores completamente incomportáveis, que nunca antes tinham sido atingidos. Por isso, sentimos a necessidade de dar um passo em frente e montar uma fábrica de produção de máscaras cirúrgicas certificadas”, explicou Miguel Pinto Luz, na altura, revelando que “comprámos na China duas máquinas e hoje temos uma capacidade de produção de mais de cinco milhões de máscaras por mês, com um custo de produção por unidade que é metade do melhor preço praticado pelo mercado”.

Por todo o concelho de Cascais foram colocados dispensadores de máscaras, que permitiram a qualquer cidadão adquirir uma embalagem com quatro unidades por um euro.

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