A NATO está “em guerra com a Rússia” por causa da Ucrânia, apontou esta segunda-feira o porta-voz do presidente russo, Vladimir Putin. “Isso é óbvio e não requer qualquer evidência adicional”, sublinhou Dmitry Peskov, citado pela agência de notícias estatal ‘RIA Novosti’. “A NATO está de facto envolvida nesta guerra.”
Recorde-se que o ministro dos Negócios Estrangeiros da Polónia, Radoslaw Sikorski, salientou recentemente que apesar da incursão de drones russos no espaço aéreo polaco a NATO não está em guerra com Moscovo. Kiev recebeu assistência de aliados da aliança atlântica, incluindo dos EUA, na sequência da invasão russa. No entanto, a NATO não entrou diretamente na guerra, nem as suas tropas estão mobilizadas para lutar. A Ucrânia também não é membro da NATO.
Em resposta à recente incursão de drones russos — uma acusação que Moscovo disse não haver provas — a Polónia acionou o Artigo 4 da NATO, alertando outros aliados sobre uma ameaça significativa à sua integridade territorial e iniciando formalmente consultas sobre como responder.
Os comentários de Peskov ocorreram logo depois de Varsóvia ter derrubado drones russos após um bombardeamento na Ucrânia, o que marcou o primeiro confronto militar direto entre forças da NATO e ativos russos desde o início do conflito. Este sábado, outro membro da NATO, a Roménia, enviou caças depois de um drone russo ter invadido o seu espaço aéreo, o que se tornou uma ocorrência frequente na guerra.
Enquanto isso, a Lituânia e a Polónia enviaram tropas ao longo das suas fronteiras em resposta aos exercícios militares conjuntos entre a Bielorrússia e a Rússia, chamados jogos de guerra Zapad 2025, que começaram na passada sexta-feira.
A Roménia enviou dois F-16 para intercetar um drone russo no seu espaço aéreo e o embaixador russo em Bucareste foi convocado para protestar contra a “violação da soberania da Roménia”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros da Roménia, Oana Toiu.
