O que esperar das taxas de juro em 2025? Saiba o impacto que terá na sua carteira

As taxas de juro continuam a estar no centro das atenções, com previsões de novas descidas em 2025, num cenário que promete impactar os orçamentos familiares, o crédito habitação e as poupanças. As decisões do Banco Central Europeu (BCE) sobre a política monetária serão cruciais para definir este panorama.

“O contexto atual é de descida da taxa de juro. No entanto, é fundamental conhecer as perspetivas do mercado para 2025: a tendência de descida vai manter-se? Para que nível? Quais os impactos que este contexto terá nas nossas finanças? Vamos pagar menos juros, mas será que compensa termos o crédito indexado a uma taxa Euribor? Ou é melhor contratarmos uma taxa fixa de curto prazo? E nas poupanças, o que vai acontecer?”, questiona Sérgio Cardoso, administrador da Academia Doutor Finanças.

De acordo com as previsões da empresa, as taxas de juro que começaram a descer este ano deverão continuar esta trajetória em 2025. Estima-se que o BCE reduza a sua taxa de referência para 2% até ao verão, o que terá impacto direto nas taxas associadas ao crédito habitação. As taxas Euribor, que já têm mostrado sinais de recuo, poderão atingir valores abaixo dos 2% no final da primavera ou início do verão, estabilizando próximas da referência do BCE.

Neste cenário, muitas famílias enfrentam a decisão entre optar por uma taxa mista ou uma taxa variável no crédito habitação. Os dados indicam que atualmente é possível contratar um crédito com taxa fixa de 2,6% por um período de dois anos. No entanto, se as taxas Euribor recuarem para 1,85% – como previsto para o final do próximo ano – a diferença entre as duas opções torna-se insignificante, já que um crédito com taxa variável inclui o spread (1,85% + 0,75% = 2,6%).

A contratação de uma taxa fixa de curto prazo pode traduzir-se numa poupança imediata devido aos juros praticados atualmente. Contudo, no futuro, esta escolha pode implicar prestações mais elevadas, caso as taxas Euribor desçam para valores abaixo das previsões. Para quem valoriza estabilidade, a taxa fixa é recomendada. Por outro lado, quem estiver confortável com alguma instabilidade pode optar pela taxa Euribor.

“A escolha do indexante no crédito deve depender de outras questões além da prestação inicial. Para quem a estabilidade for o mais importante, é recomendado que opte por uma taxa fixa de curto prazo. Para quem lida bem com alguma instabilidade, optar por indexar o crédito habitação a uma taxa Euribor pode ser a solução”, esclarecem.

Com a descida das taxas de juro, é esperado que o retorno das poupanças também diminua. Depósitos a prazo e Certificados de Aforro acompanharão a tendência de redução das taxas, o que significa menos rendimento para os portugueses. Contudo, os mercados bolsistas poderão beneficiar deste cenário, já que ciclos de descida de juros têm historicamente favorecido os investimentos financeiros.