“Governo deve estar incondicionalmente ao lado das forças de segurança e não desta ‘rascaria'”: Ventura acusa Estado “de ser fraco” para travar onda de violência

André Ventura, presidente do Chega, defendeu esta manhã o agente da PSP responsável pelo disparo fatal sobre Odair Moniz.

“O país todo esperava, esta manhã, uma condenação muito firme do Governo sobre o que aconteceu na noite de ontem. Não era preciso um grande esforço de adivinhação para perceber que a repetição de acontecimento, que a partilha de ódio contra polícia e parte do país, ia ter os seus resultados na noite de ontem. E ontem atingimos uma nova escala de violência, contra estruturas, esfaqueamentos, ataques a bens públicos. Essa violência está a alastrar-se a vários pontos do país”, começou por dizer André Ventura.

“Esperava hoje do Governo que dissesse que estamos incondicionalmente ao lado das forças de autoridade, daquele homem que teve de se atravessar para impedir um crime. Acho que temos um Governo a ziguezaguear. Há um caminho político, que é dizer que estamos ao lado incondicionalmente das forças de segurança e não desta ‘rascaria’ que anda a incendiar autocarros durante a noite, que se infiltrou à volta da Grande Lisboa e Grande Porto, e mais não fará do que atacar forças de autoridade”, sublinhou.

“Se o Estado for fraco, isto vai repetir. Já tivemos experiência em outros países de meses de turbulência”, referiu.

“Nada indica, até agora, que a polícia agiu de forma desproporcional ou inadequada. Em vez de estarmos a refletir sobre como podemos conter esta bandidagem, estamos a refletir como a polícia deve fazer o seu trabalho”, apontou o líder do Chega, salientando que o polícia “fez o que tinha de ser feito”.

“Hoje infelizmente temos o testemunho de muitos polícias que têm medo de atuar, de agir, precisamente por medo de processos disciplinares, ou porque possam ter agido de forma desproporcional. Este homem atravessou-se, com o salário miserável que tem, por nós, pelos nossos familiares. Agora temos parte do país a dizer que ‘temos de cair em cima de ti'”, denunciou Ventura, ironizando sobre o que “tem sido descoberto nas últimas horas de que [a vítima] era uma excelente pessoa, apesar de ter atacado com uma faca polícias e desobedecido a uma ordem direta”.

Segundo Ventura, “não creio que tenha havido excesso de força, acho que o polícia agiu de forma proporcional. Era de esperar o quê, que o polícia teria de tirar uma faca do bolso para responder ao ataque?”, disse, lembrando que a “polícia, nos últimos anos, sempre que tem de agir, os primeiros processos nunca são contra os bandidos, são contra a polícia”.

“Hoje temos outra noite difícil para viver”, avisou Ventura. “Ou damos um sinal político, a esta hora, que estas pessoas têm margem zero, ou arriscamos a outra noite de conflito e turbulência. Hoje não pode haver tolerância. É preciso que a polícia tenha autoridade para atuar”, concluiu o presidente do Chega, negando ser necessária a intervenção do exército.

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