Israel reivindica morte de cem militantes em Khan Yunis
O exército israelita reivindicou hoje ter matado pelo menos uma centena de milicianos desde que lançou na segunda-feira a sua nova ofensiva contra o Hamas no leste de Khan Yunis, sul da Faixa de Gaza.
“Outras sete células terroristas que disparavam morteiros contra as nossas tropas foram atacadas e eliminadas por um avião do exército”, referiu a nota, esclarecendo que não foram registados feridos durante estes combates.
As tropas israelitas estão a operar na zona de Khan Yunis pelo quinto dia consecutivo.
Na segunda-feira, o exército de Israel ordenou a evacuação da parte oriental de Khan Yunis e enviou os palestinianos para a “zona humanitária” de Al-Mawasi, localizada na costa, apesar de essa área já ter sido atacada pelos israelitas noutras ocasiões. No passado dia 13 de julho, um bombardeamento israelita na zona matou 90 pessoas e feriu outros 300.
As tropas israelitas haviam abandonado a cidade de Khan Yunis, no sul de Gaza, em abril, alegando que tinham atingido todos os seus “objetivos militares”. Agora, justificaram o seu regresso com a tese de que o grupo islamita palestiniano Hamas estava a disparar projéteis a partir desse ponto.
Desde então, mais de 129 palestinianos, incluindo mulheres e crianças, morreram nessa operação israelita, que também deixou mais de 400 feridos e obrigou mais de 150 mil palestinianos a deslocarem-se para a zona humanitária de Al-Mawasi, uma área que está cada vez mais reduzida.
A situação dos hospitais da região é crítica. O hospital Al-Nasser, mais importante, está à beira do colapso devido ao elevado número de mortos e ao fluxo ininterrupto de feridos.
Na tarde de quinta-feira, o exército de Israel informou que os corpos recuperados de cinco reféns israelitas estavam na parte excluída da “zona humanitária” de Al-Mawasi.
Outro ponto do enclave que continua a concentrar os principais combates é a cidade de Rafah, no extremo sul da Faixa de Gaza.
O exército israelita indicou no seu comunicado que no último dia conseguiram eliminar vários milicianos armados que encontraram a operar na zona e que encontraram “novos túneis e armas, incluindo lança-foguetes de longo alcance e explosivos” no bairro de Tal Al-Sultan (Rafah).
“O nosso exército atacou aproximadamente 45 alvos terroristas, incluindo células, túneis, estruturas militares e dois poços de lançamento utilizados para disparar contra Beer Sheva durante a guerra”, referiu a nota militar israelita.
Em quase dez meses de guerra, os ataques israelitas por terra, mar e ar contra a devastada Faixa de Gaza já fizeram mais de 39 mil mortos, a maioria mulheres e crianças, e mais de 90 mil feridos, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas.
As baixas entre as fileiras exército israelita também continuam a crescer e já registam 328 mortos.