JMJ: “Podemos ter situações de aumento de preço pontuais em alguns serviços”. ASAE e AHRESP vão ter atenção ‘especial’ ao evento que trará o Papa Francisco a Portugal

Os preços vão aumentar durante a Jornada Mundial da Juventude? É provável, reconheceu Pedro Portugal Gaspar, inspetor-geral da ASAE – Autoridade de Segurança Alimentar e Económica –, que indicou que o organismo vai ter uma atenção ‘especial’ ao evento que trará o Papa Francisco a Portugal, assim como mais de um milhão de peregrinos.

No entanto, ressalvou, é preciso fazer uma distinção fulcral: “A questão do preço. É importante as pessoas terem esta noção: nem todos os aumentos de preços são especulação. Por exemplo, os preços do alojamento legal, ao subirem muito em determinadas épocas do ano, como foi o caso da Champions, em 2014, ou a última vinda do Papa, a posição do Ministério Público foi que não havia lugar a especulação porque é a lei da oferta e da procura a funcionar”, apontou, em exclusivo à ‘Executive Digest’, destacando o trabalho preventivo feito no âmbito da preparação do evento em dois eixos: alimentar e económico.

“Podemos ter situações de aumento de preço pontuais em alguns serviços. Embora os bens alimentares já sejam considerados bens essenciais – e aí pode entrar o conceito de especulação -, podemos ter um aumento da prestação de serviços na restauração e não ser necessariamente especulação. É muito provável que haja um aumento elevado das garrafas de água perto do evento, é muito natural”, explicou o responsável.

“Agora, a nossa preocupação – não nos podemos cingir isto a uma lógica de que qualquer aumento é especulação – na JMJ é essencialmente acompanhar o cumprimento das regras com vista à segurança alimentar, uma vez que vamos ter um grande número de utilizados, numa altura do ano de calor, portanto há aqui ingredientes com alguma potencialidade de risco”, indicou, referindo que não haverá “reforço de equipas” de controlo.

“A JMJ é um desafio novo, uma nova realidade, com uma pressão maior da procura. Houve um acompanhamento preventivo e haverá outro ao longo do evento. Há um plano especial, uma diretiva operacional, que assenta nestes dois eixos: parte alimentar e parte económica. Nesta última, o que concentrou a nossa atividade foi a oferta de alojamentos não licenciados”, indicou, referindo já terem sido abertos mais de 80 processos de contraordenação a anunciantes ilegais.

O desafio da ASAE durante a JMJ passa por garantir a segurança alimentar a todos que visitarem Portugal durante o evento religioso. E para tal contou com a estreita colaboração com a AHRESP – Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal. “Estamos todos a trabalhar para estarmos preparados”, garantiu Ana Jacinto, secretária-geral da associação, em exclusivo à ‘Executive Digest’, à margem de uma sessão de esclarecimento dos dois organismos sobre a JMJ.

“Temos um protocolo com a Fundação da Jornada Mundial da Juventude em que nos foi pedido para ajudarmos a criar uma rede de restaurantes que pudesse fornecer refeições aos peregrinos. Criámos essa rede – inicialmente estávamos com 1.050 restaurantes mas tem vindo a aumentar o número -, que tem de estar preparado para este desafio, como todos os outros terão de estar”, garantiu a responsável.

“Desde sempre os nossos estabelecimentos apostam e trabalham diariamente para garantir todas as regras da segurança alimentar”, frisou Ana Jacinto, que alertou para “o maior fluxo de pessoas, mais matérias-primas nos estabelecimentos e mais pontos críticos que devem ser mais cuidados. É isso que estamos a fazer, queremos estar preparados”.

Entre as principais preocupações das empresas do setor, estão “questões críticas como a mobilidade, as cargas e descargas e o armazenamento e condicionamento das mercadorias”, apontou a responsável. “Vamos ter desafios mas como sempre, os portugueses, em particular este setor de atividade que já deu mostras de muita resiliência, criatividade, capacidade e inovação e não será desta vez que vamos desiludir”, finalizou.

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