Participação feminina na cibersegurança: um passo necessário para um setor em crescimento

Por Lucila Kominsky, Chief Marketing Officer da S21sec

No cenário atual da cibersegurança, a procura por talentos especializados é uma necessidade crescente e constante, alimentada pela rápida digitalização e pelos avanços exponenciais da Inteligência Artificial. No entanto, um desafio persistente enfrentado por este setor em expansão é a escassez de profissionais qualificados. Neste contexto, torna-se crucial explorar todas as oportunidades para atrair e reter talento, especialmente da população frequentemente sub-representada: as mulheres.

Embora as mulheres representem apenas uma fração dos profissionais neste campo, a sua contribuição é inegável e o seu potencial é vasto e ainda sub-explorado. Dados do INCIBE – Instituto Nacional de Ciberseguridad, revelam que apenas 24% dos cargos em cibersegurança são ocupados por mulheres. Este número, embora tenha aumentado nos últimos anos, está ainda longe de refletir uma verdadeira paridade de género.

Uma das questões fundamentais para promover a presença feminina na cibersegurança reside na promoção de programas educacionais e de desenvolvimento profissional. É crucial incentivar, desde cedo, as mulheres a explorarem campos relacionados com a ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM). Através de iniciativas que visem a orientação e a mentoria de jovens estudantes, é possível inspirar uma nova geração de mulheres a desenvolverem-se ativamente em cibersegurança.

Além disso, é imperativo destacar e celebrar conquistas das mulheres que já estão estabelecidas no campo da cibersegurança. A visibilidade de modelos femininos de sucesso desempenha um papel fundamental na inspiração e no encorajamento de outras mulheres a seguirem os seus passos. Eventos, conferências e fóruns que destacam o trabalho e as realizações das mulheres na cibersegurança podem ajudar a quebrar estereótipos e preconceitos, além de proporcionar oportunidades de networking e colaboração.

A crescente presença feminina na cibersegurança não é apenas uma questão de equidade de género, mas também uma estratégia inteligente para promover a inovação e o crescimento no setor. Estudos demonstram que empresas com diversidade de género nas suas equipas tendem a ter um desempenho melhor, uma vez que a diversidade de perspetivas e competências enriquece o processo de tomada de decisões e estimula a criatividade.

É imperativo refletir sobre o papel das mulheres na cibersegurança e reconhecer a importância de promover uma participação mais equitativa neste setor em expansão. Ao investir na educação, no desenvolvimento profissional e na promoção da igualdade de oportunidades, será possível construir um futuro mais seguro e resiliente, onde todos, independentemente do género, possam contribuir plenamente para a proteção da sociedade digital.

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