Educação interprofissional em Saúde

Por Lourdes Martin, Médica e diretora executiva da Área de Ciências da Saúde da Universidade Europeia

O ensino superior em Ciências da Saúde está a abrir caminho para uma formação integrada e transdisciplinar, com um desenvolvimento estruturado da prática clínica e laboratorial, incorporando a avaliação por competências em todos os currículos desta área científica do conhecimento.

Tradicionalmente, a formação de profissionais de saúde tem sido realizada em faculdades com uma estrutura orgânica disciplinar baseada em currículos teóricos, formação paralela na prática clínica ou laboratorial e pouca representação da avaliação por competências. Mas, hoje em dia, na preparação dos profissionais de saúde, uma das atividades curriculares que mais interesse suscita nas instituições de ensino superior é a educação interprofissional.

A educação contínua dos profissionais de saúde é uma realidade, com vista à formação de equipas multidisciplinares ou de alto desempenho, o que melhora os resultados da qualidade dos cuidados em termos de segurança dos pacientes. De uma forma interprofissional, permite às equipas de saúde, especialmente em situações de emergência com risco de vida, melhorar os resultados através da minimização de erros. Além disso, a formação repetida destas equipas em espaços de trabalho reais ou em espaços simulados deve ser sequencial, estruturada e gerar resultados muito positivos em termos de saúde, satisfação e segurança dos profissionais de saúde.

A aprendizagem interprofissional deve ser alargada à formação em qualquer prática clínica ou laboratorial. Quanto maior for a cooperação interprofissional e o trabalho de equipa, melhores resultados de aprendizagem alcançarão os estudantes, em termos de segurança e autoconfiança.

A importância do trabalho de equipa, em colaboração, deve ser entendida desde o início dos estudos de graduação e deve ser mais desenvolvida a nível universitário. Para tal, é necessário que os estudantes das diferentes profissões da saúde partilhem a aprendizagem, de alguma forma e em algum momento numa formação conjunta, de preferência num caso em que prossigam o mesmo objetivo: cuidar do mesmo doente simultaneamente.

Em resumo, podemos dizer que, hoje em dia, o grande desafio na saúde é a formação em centros universitários transversais e multiprofissionais que facilitam a aprendizagem em equipa com práticas de colaboração entre as diferentes profissões da saúde para melhorar a qualidade dos cuidados. Se vão trabalhar em conjunto, vamos facilitar-lhes o estudo em conjunto.

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