Um Rumo, um Desígnio…

Por Ricardo Florêncio

Nos últimos anos, e apesar de tudo o que se passa em nosso redor, temos acabado por viver com uma situação algo confortável. Com uma economia a crescer, taxas de juros e inflação baixas, com níveis de desemprego nos mínimos, entre outros. Contudo, nos últimos meses tem-se vindo a assistir a uma mudança desse status. Foram sendo dados diversos sinais de alerta que a situação iria mudar, mas o que foi feito para nos precavermos para este novo cenário? Algumas coisas, mas foram medidas de fundo? Não. Vive-se um certo estado de letargia, de acomodação, diria mesmo de conformismo. Como se estivéssemos à espera que algo aconteça. E esse é mesmo um dos nossos maiores problemas. Somos reactivos e, muitas vezes, com um tempo de resposta muito lento, e muito pouco proactivos. Parece que andamos sempre “a correr atrás de”, em vez de tomarmos a dianteira, e definir e implementar as medidas que queremos e necessitamos. Mas, para isso, falta a definição de um rumo, de um desígnio nacional. De cada um se sentir parte de um todo. Para onde queremos ir? O que queremos efectivamente como Pais, como Nação, como sociedade. Já não necessitamos de diagnósticos, nem de análises. Precisamos é de definir um caminho, um rumo, e avançar, avançar, avançar.

Editorial publicado na revista Executive Digest nº 210 de Setembro de 2023