Para onde queremos ir?

Por Ricardo Florêncio

No mês passado, neste editorial, escrevi sobre “para onde vamos”. Mas o que interessa mesmo é a questão para onde queremos ir. E se a resposta a para onde vamos, e atendendo a todos os dados que vamos tendo, não é assim tão promissora, a resposta à questão para onde queremos ir é clara e objectiva. Queremos um País que cresça mais, e mais depressa, mais competitivo, com maiores índices de produtividade, com maior criação de riqueza, pois só assim se conseguem pagar melhores salários, para que todos possamos viver melhor. Contudo, e mais do que nunca, a palavra incerteza domina a nossa atenção, e toma conta das nossas preocupações. O que vai acontecer no próximo trimestre? No próximo mês? Na próxima semana? Em relação aos custos de energia, aos custos de outras matérias-primas e diversos componentes essenciais, às cadeias de abastecimento, à inflação, às taxas de juro, às questões da cibersegurança, à guerra, e muito mais, e a todos os seus efeitos e consequências. Mas este clima de incerteza não nos pode de modo nenhum manietar, nem mesmo adiar o que tem de ser feito. Pois quanto mais tarde agirmos, pior. E há muitas acções, muitas reformas, de diversas e variadas áreas, que têm de ser levadas a cabo, e não vale a pena estar à espera do que quer que seja, pois tem de ser AGORA. É assim, AGORA que temos de reflectir, planear e, mais importante ainda, actuar, agir, definir prioridades, rumos, caminhos, para que Portugal cresça mais, e mais depressa, e volte à linha da frente.

Editorial publicado na revista Executive Digest nº 194 de Maio de 2022