A atracção pelas estatísticas

Por Manuel Falcão, www.sfmedia.org

SE OLHARMOS COM ATENÇÃO para a informação disponível no site de empresas como a Marktest encontramos algumas coisas curiosas. Por exemplo, olhemos para a forma como os portugueses interagem com a banca. Se pensam que a ida aos balcões é irrelevante, olhem para estes números: os dados de 2020 do estudo Basef Banca da Marktest mostram que o conjunto de canais digitais (internet e mobile banking) são usados por quatro milhões e 710 mil portugueses, o que corresponde a 58,9% dos portugueses bancarizados que identificam o(s) banco(s) onde têm conta. Estes canais são os que revelam uma maior dinâmica de crescimento nos últimos anos. A liderança permanece, contudo, no contacto através dos caixas Multibanco (84,8%), seguido da ida ao balcão (65,1%).

Mudando completamente de área de análise outra informação disponível interessante tem a ver com a análise dos dados do INE relativos à mortalidade, disponíveis no sistema de Geomarketing Sales Index da Marktest e na sua aplicação web Municípios Online. Esta análise revela que a taxa bruta de mortalidade em Portugal tem vindo a aumentar, registando em 2020 o valor de 12 óbitos por mil habitantes, 20% acima do registado em 2010, quando era de 10%. No período de 10 anos, observam-se algumas oscilações nesta taxa, com o ano de 2011 a apresentar a taxa de mortalidade mais baixa (9,7%) e 2020 a mais elevada: 12%. Em termos de concelhos, Alcoutim foi o concelho que em 2020 registou a taxa de mortalidade mais elevada: 42%. Seguiu-se Idanha-a-Nova e Arronches, com 32,9‰ e 30.8‰, respectivamente. Alcoutim é também um dos concelhos com o índice de envelhecimento mais elevado: 593,6%, o sexto mais elevado em termos nacionais. Em sentido oposto, Ribeira Grande, Santa Cruz e Vizela, com 6,7%, 6,7% e 7,1%, respectivamente, foram os concelhos onde a taxa de mortalidade foi mais baixa. Ribeira Grande é também o concelho com o índice de envelhecimento mais baixo: 48,2%. Já Santa Cruz regista o terceiro índice de envelhecimento mais baixo, com 81,5%.

E para terminar outro dado curioso: um estudo sobre hábitos de consumo efectuado pela Marktest, o TGI, quantifica em dois milhões e sete mil o número de pessoas que referem ter consumido licores nos últimos 12 meses, o que representa 24,3% dos residentes no Continente com 18 e mais anos. O consumo desta bebida apresenta diferenças entre as várias regiões do país, com os residentes na Grande Lisboa e no Litoral Centro a mostrar maior afinidade com ela. Já entre os dois sexos, não há diferenças, com 24,1% dos homens e 24,5% das mulheres a referir consumir licores.