Abril traz alívio da prestação da casa…mas só para alguns. Saiba se é o seu caso
Se tem um contrato à habitação, não espere boas novas para o mês de abril, segundo alertou Nuno Rico, especialista da DECO-PROTeste, em exclusivo à ‘Executive Digest’.
“Numa primeira análise, tivemos, face ao mês anterior, uma interrupção da descida, como já tinha acontecido em fevereiro nas taxas Euribor de 3 e 6 meses. Agora, iremos ter uma subida na de 3 e 12 meses, ao passo que a de 6 meses revelou uma ligeira estagnação”, referiu.
Mas vamos aos números:
Tomemos como exemplo um empréstimo de 150 mil euros a 30 anos, com um spread (margem comercial do banco) de 1%:
– se o empréstimo tem como indexante a Euribor a 12 meses (a maior fatia dos contratos de habitação em Portugal): a prestação que vai pagar no próximo ano irá subir para 780 euros, mais 7 euros (0,9%) em relação à prestação que pagou nos últimos 12 meses (773 euros). A taxa média registada este mês – dados até ao dia 26 de março – foi de 3,722%, um agravamento de 51 milésimas.
– Já se o indexante for de 6 meses, prepare-se para entregar ao banco 796 euros, uma descida de 1,48% (cerca de 12 euros) face a outubro de 2023, quando a prestação se situava nos 808 euros. A taxa média fixou-se nos 3,899%.
– por último, se tiver um contrato a 3 meses: a taxa Euribor tem agora uma média de 3,926% – “uma subida de três milésimas face ao mês passado”, apontou o especialista – o que significa uma redução da sua prestação de 0,25%: desce de 799 para 798 euros, menos 1 euro.
“Isto demonstra a desconfiança e receio dos mercados financeiros sobre como vai ser a evolução de alguns indicadores, nomeadamente no inflação até ao final do ano. Toda esta instabilidade que se regista no mundo está a provocar esta incerteza que está a levar a estes abrandamentos e subida no caso da de 12 meses”, referiu Nuno Rico. “Mais uma vez é adiada a descida prevista das prestações e as famílias que têm este indexante e tenham os contratos revistos em abril, vão sofrer ainda mais um agravamento”, apontou.
Até ao final do ano, vamos assistir a este ciclo? “Exato. Diria que pelo menos até ao verão, e se não houver uma alteração muito significativa, vamos assistir a pequenas oscilações, quer para cima quer para baixo, nas maturidades”, finalizou.