Um quarto dos tweets sobre alterações climáticas são publicados por ‘bots’, revela estudo

Um quarto de todos os tweets sobre as alterações climáticas são publicados por sistemas informáticos (chamados bots, que simulam acções num computador), revela o “The Guardian”, que cita as conclusões preliminares de estudo da Universidade Brown, dos Estados Unidos.

«Estas descobertas dão conta do impacto substancial dos bots na divulgação de mensagens negacionistas sobre as mudanças climáticas, incluindo o apoio à retirada de Trump do acordo de Paris», adianta o jornal.

Os investigadores descobriram que, em apenas um dia, 25% de todos os tweets sobre a crise climática foram partilhados por bots. A percentagem é substancialmente maior em determinados tópicos: os bots foram responsáveis por 38% das mensagens com críticas à comunidade científica e 28% ao gigante petrolífero Exxon.

A investigação não foi capaz de identificar nenhum indivíduo ou grupo responsável pelos bots, nem determinar o nível de influência que têm tido em torno do debate climático. No entanto, foram sinalizadas algumas contas suspeitas que têm desacreditado a ciência e activistas climáticos como a jovem Greta Thunberg, entre as quais: @sh_irredeemable e @petefr.

«Estou convencido de que eles fazem a diferença, embora possa ser difícil de quantificar», estima o cientista australiano John Cook.

«Apesar de não sabermos quem eles são ou ou seus motivos exatos, parece evidente que Trump prospera no reforço positivo que recebe destes bots e dos seus criadores», afirmou Ed Maibach, especialista em comunicação climática da Universidade George Mason. «É aterrador pensar que o Presidente tenha sido enganado pelos bots para cometer uma atrocidade contra a humanidade»,atirou, referindo à saída dos Estados Unidos do acordo de Paris.

Este estudo foi feito com base na análise a 6,5 milhões de tweets partilhados nos dias que antecederam a 1 de Junho de 2017, depois de Trump ter anunciado a saída dos Estados Unidos do acordo de Paris, e no mês seguinte, com recurso a uma ferramenta da Universidade de Indiana usada para estimar a probabilidade de o utilizador ser um bot – Botometer.

O “The Guardian” acrescenta que, embora os bots do Twitter não tenham aumentado significativamente em torno do anúncio da retirada de Paris, alguns ambientalistas levantam dúvidas sobre um pico de actividade em torno das eleições presidenciais americanas, marcadas para Novembro deste ano.

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